O Departamento de Mistérios

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John percebeu que Sherlock estava fraco. Fora submetido à Maldição Cruciatus e ainda teve que fugir de centauros e de Grope. Tudo isso somado ao fato dele não ser um atleta e, tampouco, alguém que se alimentava direito. Por esse motivo, sempre o observava com o canto do olho. O corvino andava tão debilmente que o grifinório temia que ele se cansasse antes de saírem da Floresta Proibida.

– Você quer se apoiar em mim? – indagou John.

– Parece que eu preciso de apoio?

– Você está suando e suas mãos estão tremendo, então, sim.

– Ah. Isso.

Sherlock tinha uma leve desconfiança de que essas reações não se deviam apenas ao problema que acabaram de contornar. Ele estava cansado, revoltado, frenético e, sobretudo, estava sem seu coquetel. O frasco havia ficado na sala da diretora, junto com os pertences da pasta, e, agora, seu corpo sofria os efeitos de um grande estresse somado à abstinência de alucinógenos em geral.

– Ainda que eu precise, você não pode ser meu apoio. Está mancando.

John olhou para a própria panturrilha ferida e percebeu que, de fato, não estava andando direito. A adrenalina fora tanta que a dor na perna passara despercebida. Será que correra mancando também? Isso explicava eles não terem se distanciado muito um do outro.

Por trás das árvores ouviram barulhos corriqueiros soarem acima das folhas secas do chão e pararam de andar. As figuras de Molly, Lestrade, Sally, Henry e Percy surgiram por entre os troncos, seguidas de Emily Harrison e Harry. Todos eles sangravam em alguma parte do corpo.

– Aí estão vocês! – Sally exclamou, correndo até John e o abraçando bem apertado – Graças a Grynfindor!

– Sally?! Vocês estão bem? – Perguntou o Watson, surpreso – Como escaparam?

– Harry e Emily. – explicou Henry, devolvendo-lhe a varinha – Elas entraram na sala e a treta começou. Não se preocupe com o sangue, nossos machucados já foram curados.

– E como sabiam onde estavam?

– Não sabíamos, idiota – resmungou a irmã. – Winter falou que viu você e seus amigos serem levados pelo Filch, e como estavam demorando eu fui procurar. Emily ficou preocupada e veio comigo.

– Na verdade, eu achei que ela ia beber escondida. – confessou a garota Harrison sem nenhuma discrição. – Cadê a Umbridge?

– Levada por centauros. – respondeu Sherlock, ignorando os olhos esbugalhados de todos eles – Alguém trouxe a minha pasta?

Molly levou as mãos à boca e andou de um lado pro outro dizendo "ai meu Deus... ai meu Deus...", Lestrade tentava balbuciar alguma coisa, mas não conseguia, Percy, que estava com a pasta do jovem Holmes, estava paralisado demais pra entregá-la, e Sally começou a soltar uma exclamação histérica:

– A Umbridge foi levada por centauros!? Agora o Ministério da Magia vai ficar no seu cangote, Sherlock!

– Ele não teve culpa daquela idiota ter ofendido um monte de centauros. – John defendeu, apontando a varinha para o próprio ferimento – Episkey.

O corte na panturrilha do rapaz cicatrizou aos poucos enquanto Sherlock passava por eles para tirar a pasta dos braços de Phelps. Tirou de dentro um frasco, destampou-o e virou o conteúdo goela abaixo. Harry o observava discretamente realizar todo o procedimento, atendo-se à expressão apática que se formou no rosto do rapaz depois que o vidro ficou vazio.

– Então... o que vamos fazer agora? – indagou a Watson, desviando a mirada – A diretora foi levada por centauros, tem cinco membros da Brigada Inquisidora amarrados na diretoria e o Moriarty desapareceu depois que o Lestrade aqui jogou ele num armário sumidouro. Não conseguimos mais vê-lo.

Potterlock - A Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora