Às onze da noite de domingo, todos os alunos já deveriam estar nos seus respectivos salões comunais. A torre da Grifinória se localizava no sétimo andar e a maioria dos integrantes havia se recolhido ao dormitório. John não era um deles. Estava terminando o seu dever de Herbologia, juntamente com Sally e Henry. Os três dividiam a mesma mesa quadrada de madeira.
Diferente dos dois amigos, o Watson ainda estava perdido na quinta questão de sete. Sua mente era um turbilhão de pensamentos confusos, todos relacionados ao incidente de sexta feira. Quando Sherlock o empurrou na parede, John teve a impressão de ter visto uma sombra passar por aqueles olhos claros e penetrantes muito rapidamente. Depois, o corvino se afastara, aparentemente assustado, e, desde então, não se aproximou mais. Passou o final de semana inteiro sem vê-lo.
– Quer as minhas respostas, John? – Sally perguntou enquanto Henry se espreguiçava – Já terminei.
– Ah. Obrigado.
– Já tá muito tarde. – Henry olhava o relógio de pulso – Melhor copiar rápido. A primeira aula de amanhã é Herbologia.
– Tudo bem... – ele respondeu antes de colocar a mão na frente da boca e dar um bocejo.
O ranger de dobradiças revelava o quadro da Mulher Gorda se abrindo, e os três voltaram a atenção para aquela direção. Quatro dedos apareceram segurando a porta e, logo depois, a dona desses dedos apareceu, entrando no recinto antes do quadro se fechar. Harry havia chegado, com o rosto muito corado e o andar cambaleante.
– Ooooops! – A garota riu – O que os três garotos estão fazendo aqui, heim?
– O que você estava fazendo lá fora? – John perguntou desconfiado.
– Não é da sua conta. – Ela atravessava a sala numa linha quase reta.
– Se alguém tivesse pegado você – Sally falava – perderíamos pelo menos uns cinquenta pontos.
– Ninguém me pegaria... eu tava numa sala aqui pertinho... Faz tempo que a Clara se recolheu?
– Umas três horas – John respondeu com ar de reprovação – tente não acordá-la dessa vez.
– Sai fora... a namorada é minha... – ela subiu as escadas até sair de vista.
Os três se olharam.
– Alguém mais tá sentindo cheiro de álcool barato? – Henry perguntou inseguro.
– Ela não pode ter trazido de Hogsmeade – Sally afirmou convicta – Filch não deixaria passar.
– Se ela for boa em transfiguração, pode passar sim.
A porta se abriu novamente e os três imediatamente olharam-na, dessa vez assustados, crentes de que era a professora McGonagall dizendo que seguiu Harry. Mas não. A criatura que entrou era bem menor, tinhas grandes olhos de bolas de golfe e orelhas pontudas.
– Dobby!? – John surpreendeu-se.
– John Watson, meu senhor! – Disse o elfo andando rapidamente até ele e dando um pulinho muito alegre.
Talvez devesse dizer a Dobby que ele não precisava vestir todas as roupas que encontrava. Não de uma vez. Além de dois cachecóis por cima do suéter que John dera de Natal e várias meias vestindo cada pé, suas enormes orelhas pontudas espetavam para fora de doze gorros coloridos, colocados uns sobre os outros, de modo que sua cabeça parecia ter alongado. Bem no topo da última peça estava Sentinela, piando com serenidade.
– Dobby se ofereceu para devolver a coruja de John Watson – disse o elfo com uma expressão de inegável adoração no rosto. – A professora Grubbly-Plank disse que está completamente curada, meu senhor.
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Potterlock - A Ordem da Fênix
FanficO relacionamento entre John e Sherlock encontra-se mais conturbado do que nunca. Para piorar, Voldemort retornou e mesmo a Ordem da Fênix se reunindo para combatê-lo, o Ministério da Magia nomeou Umbridge para por um fim aos boatos sobre a volta do...