O Sete do Sete

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Numa sexta feira de manhã, foi afixado um aviso no salão principal, tão grande que cobriu tudo que estava no mural de avisos. As ofertas de livros de Feitiços usados, os lembretes sobre o regulamento da escola pregados por Filch, o horário de treinamento dos times de quadribol, a relação de achados e perdidos... O novo aviso estava numa moldura prateada, impresso em grandes letras pretas e tinha um selo do Ministério da Magia bem embaixo. Um amontoado de alunos estava agrupado na frente dele, com as cabeças erguidas e fazendo caretas a medida que liam.

POR ORDEM DA ALTA INQUISIDORA DE HOGWARTS

Todas as organizações, sociedades, times, grupos e clubes estudantis estão doravante dissolvidos.

Uma organização, sociedade, time, grupo ou clube é aqui definido como uma reunião regular de três ou mais estudantes.

A permissão para reorganizá-los deverá ser solicitada à Alta Inquisidora.

Nenhuma organização, sociedade, time, grupo ou clube estudantil poderá existir sem o conhecimento e a aprovação da Alta Inquisidora.

O estudante que tiver organizado ou pertencer a uma organização, sociedade, time, grupo ou clube não aprovado pela Alta Inquisidora será expulso.

John quase caiu para trás, embasbacado. Ao seu lado, Sherlock se limitava a cruzar os braços e respirar tão fundo que dava para ver seu diafragma subir e descer.

– Ela sabe... – John falou baixinho para ele – Ela com certeza sabe.

– Alguém da taverna deve ter falado. Tinha muita gente nos ouvindo.

– Ou então alguém traiu a gente.

– Se for, vamos saber – disse contendo um sorriso um pouco sádico.

– Por favor, não me diga que você enfeitiçou o pergaminho.

– É claro que eu enfeiticei o pergaminho.

John bateu na própria cara. Sherlock se afastou do quadro e deu meia volta, sendo seguido pelo amigo até as masmorras.

– Você é impossível! – Dizia o grifinório – Por que não me disse?

– Deixaria de assinar se eu dissesse que o pergaminho está enfeitiçado para deixar o dedo duro com uma aparência horrenda?

– Não é esse o problema! Você disse que o pergaminho era a prova de que podíamos confiar uns nos outros. Como eu vou continuar confiando em você se não me conta esse tipo de coisa?

– Não confie, ora. Todas as pessoas que quebram a cara sofrem isso porque confiaram em alguém.

Aquilo foi um balde de água gelada. John abriu a boca e franziu o cenho, incrédulo, demorando um pouco para se recuperar do choque. Quando se recompôs, porém, sentiu todas as suas moléculas se agitarem indignadas.

– É isso que acha? – Questionou – Que não devemos confiar um no outro? Que bela amizade nós temos!

Ele estava prestes a apertar o passo, mas Sherlock imediatamente segurou-lhe pulso, parando de andar e ficando de frente com ele.

– John, se eu dissesse a verdade sobre o pergaminho, você não assinaria com tanta convicção e as pessoas poderiam se sentir intimidadas em assinar também.

– Essa é outra forma de dizer que você me usou pra induzir todo mundo a assinar – sibilou baixo enquanto se recusava a fitá-lo.

– Não usei. Apenas não me pareceu necessário contar. Você nunca seria atingido porque jamais contaria pra Umbridge, e como não gosta de enganar os outros, não estaria agindo contra os seus princípios.

Potterlock - A Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora