A Decisão de Dumbledore

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John se perguntava como iria sair ileso dessa situação.

Umbridge havia levado ele e Sherlock para a sala de Dumbledore, que estava particularmente cheia. O diretor encontrava-se à escrivaninha, a expressão serena, as pontas dos longos dedos juntas. Ao lado dele, empertigada, estava a professora McGonagall com o rosto extremamente tenso. Perto da lareira, Cornélio Fudge, ministro da Magia, se balançava para a frente e para trás sem sair do lugar, imensamente satisfeito com a situação. Quim Shacklebolt e um outro auror, loiro e corpulento, se mantinham um de cada lado da porta.

Os retratos dos velhos diretores e diretoras estavam atentos e sérios, observando o que acontecia embaixo.

– Ora! – exclamou Fudge extremamente contente. – Ora, ora, ora... A criança impostora e o contador de histórias! Por que isso não me surpreende, heim?

– Eles estavam correndo do sétimo andar – disse Umbridge. Havia uma excitação obscena em sua voz. – O menino Moriarty os encurralou bravamente.

– Foi mesmo? Preciso me lembrar de contar ao James. Muito bem, Holmes e Watson, espero que saibam por que estão aqui.

Sherlock não respondeu. Apenas lançou ao homem o olhar mais desprezível que conseguiu moldar.

– Respondam, garotos! – insistiu Fudge. – Estão falando com o ministro da magia.

– O senhor não devia – John falou de forma insolente – estar caçando os dez fugitivos de Azkaban ao invés de dois alunos do quinto ano?

Sherlock olhou de esguelha e com admiração para o amigo. Fudge, porem, se alterou:

– Vocês infringiram o regulamento da escola e, portanto, a própria lei!

– E correr pelos corredores é contra a lei? – o corvino perguntou sonsamente.

– Não finja que não sabe, Holmes. Eu sei que foi descoberta uma organização estudantil ilegal nesse castelo.

– Sério?

O rapaz exibia um fingido olhar de inocência e de surpresa.

– Acho, ministro – disse Umbridge atrás do garoto e com a voz sedosa –, que faríamos maior progresso se eu trouxesse os nossos informantes.

– É, faça isso – disse Fudge com um aceno, e olhou maliciosamente para Dumbledore quando Umbridge saiu. – Nada como uma boa testemunha, não é, Alvo?

O diretor apenas concordou sem parar de olhar para os alunos. Seguiram-se vários minutos de espera em que ninguém soltava uma sílaba. Só restava aos garotos esperar para verem quem era o traidor.

Quando Umbridge voltou, passou pela porta trazendo três alunos com os rostos escondidos entre os braços. Cyril Morton, a paixão da lufana Violet Smith, Philip Anderson, o namorado de Sally, e Joseph Harrison, o amigo de Harry e atual goleiro da Grifinória.

Os punhos de John se fecharam.

– Vamos, queridos, falem – disse a professora Umbridge com suavidade –, está tudo bem agora. Vocês agiram certo. O ministro está muito satisfeito com todos. Os pais de Joseph, ministro, são os diplomatas Harrison, que trabalham nas relações com a Alemanha. E tanto o jovem Philip Anderson quanto o jovem Cyril Morton tem pais que trabalham no Departamento de Transportes Mágicos.

– Muito bom, muito bom! – disse Fudge cordialmente, esfregando as mãos. – Bom, vamos então, rapazes, ergam a cabeça e falem o que Holmes aprontou.

Aparentemente, apenas Cyril Morton teve coragem de fazer o que o ministro pediu, mas ao mostrar o rosto, Fudge levou um susto:

– Gárgulas galopantes! – o ministro deu um salto para trás chocado, quase se estatelando na lareira. Em seguida praguejou e sapateou na bainha da capa que começara a fumegar.

Potterlock - A Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora