Grifinória x Sonserina

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Herbivucus.

John tocou com a varinha no vaso que estava em cima da mesa durante o café da manhã de quarta feira. O broto que estava dentro cresceu e engrossou tanto que quebrou o recipiente e sujou a mesa com terra preta num único segundo. Agora tinha um pé de feijão com a largura e a altura de uma tora curta de madeira, com raízes grossas esparramadas pelas frestas dos cacos, parecendo minhocas gigantes.

– Gryffindor! – Henry começava a rir enquanto comia um sanduíche. – Como você conseguiu fazer esse desastre?

– Eu não entendo... – John apontou com a varinha mais uma vez – o feitiço era pra ela se desenvolver. Reparo.

Os cacos do vaso se uniram e ele voltou a ficar inteiro.

– Você deve estar fazendo muito forte – Sally deduziu.

– Fácil falar, difícil é dizer como se dosa um feitiço.

Uma terceiranista magra, loira e de cabelos lisos se aproximou deles e entregou uma figurinha de sapo de chocolate pra Henry.

– O-oi – o rosto dela ganhou um tom forte de vermelho – aqui está a que eu tinha prometido dar pra você, Knight.

– Hei, obrigado. – Henry agradeceu virando-se para ela e pegando o cartão – Eu estava mesmo precisando do Newt Scarmander pra completar minha coleção.

– De nada. Eu tinha duas dessa... hm... eu acho que já disse isso... então... a gente se vê! – Ela foi embora correndo.

John e Sally trocaram olhares suspeitos.

– Achei que suas admiradoras só tinham brotado na época do Baile de Inverno – a garota fitou indiscretamente a cabeça da terceiranista, que voltava para o seu lugar.

– Ela não é minha admiradora. – Falou Henry guardando a figurinha no bolso – Ela é só uma garota gentil que...

– Fala sério! Só faltou ela escrever na testa que tá afim de você.

– Bom, de qualquer forma, não estou interessado.

Sally pareceu surpresa, como se raciocinasse acerca de alguma coisa. Então olhou de um lado para o outro e se inclinou para falar mais junto do amigo.

– Hei, Henry, você por acaso gosta de garotos?

– Gosto – respondeu ele com simplicidade – de garotos e de garotas. Eu não sou como você e o John, dois héteros que...

– Eu sou pan – corrigiu John enquanto usava a varinha para colocar toda a terra de volta no vaso.

Sally e Henry viraram a cabeça na direção dele tão afoitamente que a garota acabou batendo o braço na beira do pires, fazendo-o inclinar e o resto de seu bolinho quase rolar para fora. Os dois estavam boquiabertos.

– Sério?! – Ela pegou um lenço para limpar o antebraço com resquício de cobertura de chocolate. – Eu jurava que já tinha ouvido você dizer que gosta só de garotas!

– É que eu me sinto muito mais confortável em me relacionar com elas.

John terminou de limpar sua bagunça e guardou a varinha. Em seguida prosseguiu:

– Mas quando penso que eu ia gostar da... mesma pessoa... hum... independente do gênero, bom, a coisa muda.

De repente uma mão seguida de um braço apareceu bem diante do rapaz e bateu na mesa. Quando ele olhou pra cima se deparou com o rosto radiante de Angelina Johnson.

Potterlock - A Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora