As Falhas de Um Plano

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O salão principal estava praticamente vazio naquela manhã de sábado. Depois da primeira semana de provas os alunos finalmente podiam descansar antes de iniciarem o segundo round de avaliações. A única pessoa que não parecia muito satisfeita com isso era Sherlock, que havia acordado cedo e se viu obrigado a passar o tempo praticando xadrez bruxo até o momento em que John resolvesse descer para o café.

Tudo seria tão conveniente se eles fossem da mesma casa...

Lá pelas nove e meia, John desceu com Henry e os dois se sentaram à mesa, cheios de preguiça. Sherlock desviou o olhar das peças de xadrez para observá-los conversar enquanto se serviam de pão e geleia. Então recolheu o jogo pra dentro da pasta escolar, transpassou a alça pelo corpo e se levantou para ir até os grifinórios.

– John, preciso falar com você. A sós.

O jovem Watson o encarou com uma expressão matinal nada amigável e replicou sarcasticamente:

– Bom dia, Sherlock, como vai? Não sei se você reparou, mas eu tô tomando café.

– É muito importante.

– Não tá vendo que ele tem companhia? – Henry o enfrentou, ofendido.

Sherlock abriu mais os olhos e comentou, temeroso e confuso:

– Vocês não podem estar ficando, certo?

John riu tão repentinamente que parte do seu café saiu pelo nariz.

– Claro que não! – o jovem Watson respondeu, pegando um pano para limpar o rosto – Mas eu estava esperando Henry para descer. Não posso simplesmente deixá-lo só porque você está pedindo. Aliás, pedindo de uma forma bem grosseira.

Sherlock revirou os olhos.

– Certo, vamos ter que conversar com ele aqui então – disse, e contornou a longa mesa, passando por um trio de aluninhos do primeiro ano, sentados lá na ponta, e uma setimanista, que mexia o café tão lentamente que parecia ainda não ter despertado.

– E pensar que eu tive uma queda por esse cara – grunhiu Henry baixinho enquanto Sherlock voltava.

John sentiu o rosto queimar e fingiu estar concentrado demais no café, mesmo quando o corvino se sentou do seu lado.

– O.k., vamos aproveitar que tá quase vazio – murmurou Sherlock, de modo que só os dois grifinórios pudessem ouvir – Sinto que vai acontecer algo.

– Uma aventura? – questionou Henry num misto de receio e empolgação.

– Não. Sem aventuras. Só preciso do Mapa do Maroto emprestado.

Antes que John pudesse fazer qualquer pergunta, Sherlock contou sobre suas suspeitas envolvendo a conversa de Umbridge com Milverton, culminando na possibilidade de algo ruim acontecer com Hagrid. Daí a necessidade de observar o meio-gigante através do mapa, já que falar com ele estava fora de questão por causa de algum Decreto cujo número ele já esqueceu.

– Será que ela tá planejando prender ele? – Henry perguntou.

– Prender? Mas por que motivo? – questionou John – Ele não cometeu nenhum crime.

– E ela precisa de motivos? Talvez ela queira garantir que Hagrid não pise mais na escola.

– Prendendo ele em Azkaban? Isso é demais até pro ministro. A menos que... a menos que ele seja acusado de um crime que não cometeu!

– Parem de formular teorias, vocês dois. – interveio Sherlock severamente, servindo-se de chá preto. – Quando isso acontece, as pessoas distorcem os fatos para que eles se encaixem nas teorias quando deveria ser o contrário. Seja qual for a intenção dela, Milverton é um chantagista, e se eles estão acomunados, então tem trabalho sujo no meio.

Potterlock - A Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora