Capítulo 6

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ㅡ Oi Luna. ㅡ Falei quando entrei no quarto do hospital.

Ela não gritou ou pulou de felicidade quando me viu como a maioria das vezes. Apenas sorriu e ficou quietinha.

Manti minha expressão de felicidade sem transparecer minha preocupação.

Hoje pela manhã, recebi uma ligação do doutor Tomas, disse que a Luna sofreu mais uma parada respiratória. Luna nasceu com 80% do pulmão comprometido, ela não pode correr, e a maior parte do tempo ela tem que ficar entubada para conseguir respirar normalmente. Ela tinha muitas paradas respiratórias mas com o tempo e uso de antibióticos foi diminuindo. E receber essa ligação me fez ficar desesperada.

ㅡ Oi mamãe. ㅡ Ela falou com um pouco de dificuldade e tossiu logo em seguida.

Abracei seu corpinho pequeno com delicadeza.

ㅡ Fica quietinha tá. ㅡ Passei minhas mãos na sua cabeça fazendo carinho. ㅡ A mamãe tá aqui pra ficar com você.

ㅡ Você não vai me deixar mais aqui sozinha? ㅡ Ela falou com os olhinhos cheios de lágrimas.

Sorri segurando minhas lágrimas.

ㅡ Logo, logo, você vai morar comigo. Você vai ficar saudável e nós vamos sair todos os dias, dormir juntas, você vai começar à ir pra escola também.

ㅡ Eu vou pra escola?

Acenei com minha cabeça que sim.

ㅡ Vou poder brincar com meus amigos?

ㅡ Sim, vai sim.

Ela sorriu.

Fazê-la sorrir é minha única razão para viver.

Depois que consegui fazer ela dormir, eu tive que sair pois o horário de visitas já havia acabado. Combinei de almoçar hoje com o Peter em um restaurante aqui perto do hospital.

Sentei em uma mesa vazia, um garçom perguntou o que eu queria e apenas disse uma água e que depois pedia algo.
Alguns minutos se passaram e Peter finalmente chegou.

ㅡ Uau, quase fiquei velha. ㅡ Falei rindo.

ㅡ Você velha? Nunca. Mas me desculpe pelo atraso. Eu e o John acabamos tendo um probleminha em casa.

John é o namorado do Peter. Eles namoram desde que eu conheço ele.

ㅡ Brigaram de novo? ㅡ Perguntei.

ㅡ É que nós estamos reformando a sala e acabamos não concordando muito com a escolha da cor do sofá. Eu quero um sofá branco e ele preto.

ㅡ Acho que agora tô começando à acreditar que realmente os opostos se atraem. Duas cores opostas...

Ele riu.

ㅡ E você Maya. Quando pretende se aventurar com algum cara gostoso?

Fiz uma careta.

ㅡ Se for por mim, nunca. Você sabe da última.

Há dois anos atrás quando comecei à trabalhar no cassino, conheci um cara legal em uma das minhas noites. Começamos à namorar, até contei que tinha uma filha, tava sendo tudo ótimo. Até um dia eu entrar no apartamento dele para fazer uma surpresa e encontrar ele na cama com outra!

ㅡ Amiga, você precisa tentar conhecer a pessoa certa. Depois dele você nunca mais pegou ninguém.

ㅡ E nem quero. Me desculpa, mas não confio em nenhum homem mais, exceto você, claro.

ㅡ Beleza, já vi que esse assunto nunca vai progredir. Viu a Luna hoje?

ㅡ Sim... Vi sim. ㅡ Falei me lembrando dela.

Um Contrato por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora