Capítulo XV - Missão em Equipe

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O meu lema de trabalho da Hydra foi "sem hesitar, sem questionar" desde que me entendo por super-soldado, nunca o contestei em nenhuma tarefa que eles me deram, muito menos tive insegurança. Mas naquele momento, enquanto sorvia as palavras do oficial da Hydra, quase quebrei esses dizeres.

- Perdão, eu não ouvi muito bem o senhor – indaguei incrédula.

Em plena madrugada estávamos eu, o Soldado Invernal e o tal oficial dentro da sala que Pierce me recepcionou quando cheguei a Washington há uma semana. O oficial ocupava a cadeira atrás da mesa de madeira, já eu e o soldado estávamos próximos da janela, ouvindo os detalhes de uma nova e inesperada missão. A tensão dentro daquele lugar era palpável, só não era pior que as instruções da bendita missão.

- Você e o Soldado Invernal devem partir imediatamente para interceptar um caminhão com importantes equipamentos da S.H.I.E.L.D, que serão muito úteis a nós - repetiu o homem, impaciente – Entendeu agora, Vietny?

Ah... Entendi perfeitamente, só não queria tê-lo feito. Missão em equipe? Com o soldado? Eu só podia ter feito algo que irritou Pierce para merecer isso!

Desde o acontecimento na sala de treino, esbarrei duas vezes com o soldado e digamos que não foi uma experiência agradável. O olhar mortal que recebi nos dois encontros teriam me causado calafrios, se já não estivesse habituada a esse tipo de coisa. Isso sem falar na grosseria de seus gestos e palavras – ainda que tivessem sido poucas. Ele estava se mostrando um homem irritante e antipático, pior até que o próprio Rumlow.

Vai ser uma longa e torturante missão.

- Mais alguma coisa? – o soldado perguntou sério.

- O caminhão está saindo de Bowie agora mesmo – deu uma olhada no seu celular –Se saírem daqui em vinte minutos vão pegá-lo em uma estradinha praticamente deserta, perfeita para uma abordagem. Ele está protegido com uma pequena escolta dentro do compartimento de carga, são cinco agentes lá dentro, mais um dirigindo.

- Muito bem – respondeu caminhando para a saída.

- Estacionem o caminhão num balcão próximo a entrada de Washington. As coordenadas estão marcadas neste GPS, bem como a localização em tempo real do veículo – o oficial estendeu o GPS para mim – Boa sorte, soldados.

Peguei o equipamento e acompanhei o soldado para fora da sala, bufando por pouco.

- Tem dez minutos para se preparar, estarei esperando você na sala de armamentos – o soldado disse dando-me as costas – E sem atrasos.

Revirei os olhos, segurando uma resposta afiada na língua, e fui para meu quarto caminhando em passos largos. Vesti o uniforme o mais depressa que consegui e praticamente corri para a sala de armamentos, do outro lado do prédio. Era um cômodo impressionante de observar, abrangia uma parte oculta da base que não sabia de sua existência até Rumlow ter me levado lá há dois dias. As quatro paredes eram revestidas do teto ao chão com prateleiras de metal cinza, que guardavam dezenas de armas de fogo, armas brancas, máscaras, granadas e engenhocas da própria Hydra.

Como imaginava, o soldado já estava mesmo me esperando lá dentro, segurando uma submetralhadora nas mãos. Vestia uma jaqueta de couro que escondia seu braço metálico, calças de tecido flexível de algodão preto, um par de coturnos e vários coldres espalhados pelas coxas, costas e cintura, já ocupados com armas. Ele me olhou de cima a baixo quando pisei dentro da sala, jurei ter visto um vislumbre de surpresa em seus olhos que sumiu em questão de instantes.

- Pegue o que precisar - disse colocando a arma de volta na prateleira – De preferência algo silencioso e discreto.

- Eu sei o que é necessário para uma missão como essa – respondi seca, me aproximando de uma parte das prateleiras com facas, que ficava longe dele.

Vietny [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora