Nós não tínhamos para onde ir. Feridos como estávamos e sem nada em mãos, não tivemos escolha a não ser voltarmos para a base da Hydra em busca de suprimentos e curativos, com nada mais que um plano suicida de lutarmos caso esbarrássemos com agentes. A nossa sorte, foi que o velho banco abandonado não abrigava uma alma viva lá dentro quando cruzamos as portas da garagem.
A circulação rápida dos dados da organização na internet foi eficiente até em espantar os lobos da toca, ao que parecia.
Eu e o soldado agimos rápido, ainda que a base estava vazia, não havia garantias de que alguém não apareceria por lá. Corremos para nossos antigos quartos segurando cada um uma mochila, a fim de guardar mudas de roupas e um ou dois sapatos.
Com minha mochila pronta, segui para a ala administrativa da base, não me importando de revirar as proibidas gavetas de dinheiro e pegar o máximo de notas que meus bolsos e a mochila podiam abrigar. Depois, fui para a enfermaria da base e apanhei uma maleta branca com um generoso kit de primeiros socorros, eu e o soldado estávamos necessitando de bons remendos, era um milagre estarmos andando nessa altura do campeonato.
No caminho para a garagem, o ponto onde encontraria o soldado para partir, acabei parando em frente ao laboratório de informática deserto, com os pensamentos pulsando no pendrive escondido no uniforme em frangalhos da S.H.I.E.L.D. Adentrei o recinto, meus dedos coçavam para furtar o notebook na mesa principal com um plano de fundo de coelhinhos fofinhos. E foi isso que fiz, peguei o computador, sua fonte para carregar e espremi-os em meio às roupas dentro da mochila.
O soldado me esperava encostado numa das paredes da garagem. Suor pingava por sua testa, o maxilar estava trincado e sua mão humana apertava o abdome, enquanto os olhos quase se fechavam de vez. Ele mal se aguentava em dor, mas tentou disfarçar assim que ouviu meus passos ecoando pelo recinto, ajeitando a postura e abrindo um pequeno sorriso.
- Pronto? – perguntou em meio a respiração curta.
- Sim – o olhei de cima a baixo, séria – Você não está em condições de dar mais um passo.
- Eu estou bem, Bella – se abaixou para pegar a mochila ao seus pés, grunhindo baixinho – É sério.
Segurei seu braço humano, atraindo sua atenção para meu rosto.
- Abra o casaco – ordenei largando minha mochila.
- O que? – estreitou os olhos, confuso.
- Abra o casaco – repeti me agachando, depositando o kit de primeiros socorros no chão e abrindo-o.
- Nós não temos tempo para isso – o soldado me olhou de cima – Precisamos sair daqui.
- Não vamos muito longe com você desse jeito – avaliei os suprimentos, em busca de faixas e analgésicos – Você mal consegue ficar em pé.
- Andei até aqui e posso sair da mesma forma – respondeu um tanto rude.
- Você está ferido – suspirei exausta – Ao que parece carrega ferimentos graves, ainda que tivesse negado isso quando perguntei. Não sei porquê fui acreditar em você...
- Por que se importa tanto comigo afinal de contas? – a pergunta me fez fita-lo incrédula.
- Porque eu te... – engoli em seco enquanto me levantava, segurando a língua – Eu tenho apenas você. Assim como eu sou tudo o que você tem, então acho melhor você cooperar e abrir a droga do seu casaco logo se quiser ter o tempo correndo ao nosso favor.
O soldado me ofereceu uma carranca de contragosto, mas felizmente fez o que pedi. Entre gemidos e movimentos lentos, seu casaco de couro foi aberto e deixou visível o enorme hematoma em seu abdome. A pele estava arroxeada, com as laterais do ferimento pendendo para o esverdeado.
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Vietny [CONCLUÍDA]
FanficBella era uma americana comum, apaixonada pela poesia e pela área da saúde. Todavia, ela teve a vida virada de cabeça para baixo quando seus pais foram "despedidos" de seus empregos secretos e com isso terem repentinamente optado por se transformare...