Capítulo XXVIII - Momentos de tensão

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O silêncio dentro da van era sufocantemente tenso. Eu estava sentada ao lado do amigo voador de Rogers, segurando-me para não lhe dar o troco por ter atirado em minha perna há um ano. Steve e o príncipe se encontravam nos bancos a nossa frente, talvez em uma situação semelhante.

Vez ou outra o amigo do Capitão me lançava olhares de esguelha, regados de curiosidade e severidade. Aquilo estava me irritando e não sabia quanto tempo mais aguentaria.

- Todos os agentes da Hydra são mal-encarados desse jeito? – ele perguntou depois da centésima olhadela em minha direção.

- Só quando recebem um tiro – destilei meu veneno.

- Uhum... – cantarolou – O tiro foi porque você estava quase matando Steve naquela luta.

- E quem disse que quero saber dos seus motivos para enfiar uma bala na minha perna? – murmurei encarando-o calma, mas por dentro estava borbulhando de raiva.

- Ei ei, abaixa essa guarda garota – ele sorriu largo, relaxando no seu banco – Até parece que está numa situação de vida ou morte.

- Talvez eu esteja em uma situação de vida ou morte.

- Como pode ter tanta certeza?

- O fato de eu ser a única algemada aqui deve responder sua dúvida – levantei minhas mãos para que visse o acessório.

- Uma precaução, na minha opinião.

Ri sem humor.

- Acha mesmo... – apertei meus olhos, numa pergunta muda para saber seu nome.

- Sam – ele respondeu – E sim, para mim é apenas uma precaução. Vai que você é louca e tenta fugir na presença do Falcão, do Capitão América e dessa escolta gigante.

- Meu Deus – soprei negando com a cabeça – Nunca imaginei que você fosse tão idiota, Sam.

- Ui, assim você machuca – ele levou uma mão ao peito, fingindo desolação.

-Você é sempre irritante desse jeito? – bufei.

- E você tem complexo em ser rabugenta? – devolveu.

- Já chega vocês dois – Steve virou-se para nós, indignado – Parecem duas crianças!

- Fale isso para ele, Rogers – bufei, cruzando os braços – Eu estava quieta na minha e ele decidiu abrir a boca para falar inconveniências.

- Há! Há! Inconveniências ou verdades? – fuzilei Sam com o olhar.

- Ora seu...

- Para uma assassina, você tem um comportamento bem questionável – o príncipe entrou na conversa, mas não se virou para nós – Pensei que a frieza e a paciência fossem uma lei para gente como você.

- O que você sabe de gente como eu, alteza? – pronunciei ferina.

- O necessário para querer matá-la junto do seu amigo - meu sangue gelou com a ameaça velada.

- A julgar tudo o que aconteceu, ela não tem nada relacionado com o atentado que tirou a vida de seu pai – Steve, para minha surpresa, defendeu-me.

- Será? – foi tudo o que o príncipe respondeu.

Mais uma vez, mergulhamos no silêncio tenso.

- Então você gosta de gatos? – por pouco bufei quando Sam decidiu abrir a boca de novo.

- Sam – Steve o alertou.

- Que foi? O cara aparece vestido de gatinho e você não quer saber mais?

Vietny [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora