21 - Reconciliação

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- Otavio, você tomou quantos comprimidos? - Perguntei me aproximando dele.
- Dois desse aqui. - disse ele jogando uma caixinha pra mim.
- UFA! O bom que você vai ficar um bom tempo sem sentir dores de cabeça. - disse aliviado.
- Eu sei. - respondeu ele de cabeça baixa.
- Como assim, sabe? Você não estava tentando se matar? - perguntei sentando-me de frente pra ele
- Sim, eu não estava conseguindo dormir. Estou morrendo de dor de cabeça.
- E me deixou preocupado. Porra! Já estava começando a me preparar pra ser culpado pelo resto da minha vida de ter matado meu primo. - disse eu
- Se bem que você deve querer mesmo que eu morra, não é mesmo? - disse ele com aquele sorriso lindo e tentador que ele sempre teve.
Otavio era meu primo do segundo casamento do meu tio mais velho, ele era 4 anos mais velho que eu e foi um dos meus primeiros relacionamentos. Foi uma coisas a meio difícil, pois eu era inocente demais e ele estava começando a vida de balada dele, no qual eu não podia participar por não ter idade. Quando ele terminou comigo dizendo que havia ficado e que estava gostando de outro garoto, meu mundo desabou e desde então nossa relação como primos nunca mais voltou a ser uma das melhores. Otávio e seu irmão Otto, sempre foram muito bonitos e isso não posso negar. Eles pareciam gêmeos, portanto Otto é um ano mais velho que Otavio e os dois possuem um par de olhos castanhos clarissimos quase amarelos, cabelos loiro avermelhados e lisos. Os dois sempre foram muito abençoados divinamente, tinham corpos lindos e sarados, mas apenas Otto frequentava academia. Otavio era mais ligados à músicas eletrônicas e computadores, mas não perdia uma festa e Otto era mais maduro o que o tornava muito atraente.
- Sabe Tavinho, eu não te odeio. Eu meio que não consigo esquecer sabe. Eu sei que é meio ridículo... Nunca quis que você morresse, nem quando eu tive motivos pra isso. Antigamente, você era tudo pra mim, quando eu desejei que você morresse logo depois eu percebi que se acontecesse isso com você, eu iria querer morrer também. Por isso tenho tanta raiva. Você foi uma das pessoas que eu mais amei na minha vida. Você foi uma das pessoas que me depois da decepção, aumentava cada vez mais a pessoa fria no qual eu me tornei. É impossível te tirar da minha vida, pois você é meu primo. Então, já que não tem pra onde correr, a melhor coisa a ser feita, é tornar nossa convivência uma coisa agradável. - desabafei
- Eu adorava quando você me chamava de Tavinho. Anos que não ouço você falando assim. - disse ele sorrindo. - Sabe, você se tornou uma pessoa totalmente diferente do que eu achei que se tornaria. Você se tornou uma pessoa muito madura mesmo com a pouca idade que você tem e isso é muito bom.
- Obrigado! - disse eu
- Eu era um adolescente irresponsável quando fiz aquilo com você. Lhe peço desculpas novamente e adorei saber que você quer melhorar nossa relação.
- Já estava na hora, né? Chega desse clima chato. - disse abrindo a geladeira procurando algo pra comer.
- Verdade... Mas e você, porque está acordado uma hora dessas?
- Perdi o sono, porque dormi cedo. Quer pizza? - perguntei a pizza congelada pra ele.
- Quero! Tô morrendo de fome.
E assim ficamos até altas horas da madrugada. Conversando sobre tudo e sobre nada, rindo e comendo pizza.

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