Enfim, era hora de voltar ao trabalho. Eu até estava animado pra voltar ao trabalho e ao mesmo tempo eu estava sem vontade nenhuma de ter que voltar pra São Paulo e acordar as 4:30 pra pegar a estrada, não ajudou nada.
Tomei um café correndo enquanto Murilo dormia, me arrumei, peguei minhas malas e coloquei no carro. Em 15 minutos já estava tudo pronto. Acordei Murilo com um beijo, mas ele não acordou, então dei outro. Sem sucesso.
- Acorda! - Falei seguido de um tapa
- Ai, que modo de acordar as pessoas. - resmungou ele
- Eu tentei com beijos, mas você não acordou.
- Cara, está doendo. - Falou ele.
- Ótimo, sinal de que você estava merecendo mais do que eu imaginava. - Enfim, estou indo. Não quero esperar começar o engarrafamento.
- Mas já? - Disse ele me agarrando. - Não quero que meu bebê vá embora. Já estou com saudades.
- Para de graça menino, passamos três dias juntos. Já não aguento mais ver tua fuça. - Falei rindo.
- Nossa, eu tenho o noivo mais cavalo do mundo. - falou ele me lembrando do pedido de casamento que ele havia me feito.
- Cavalo é teu...
- Na verdade é o seu. - Interrompeu ele rindo. - Enfim, já tenho uma surpresa pra você, mas talvez só poderei dizer quando estiver tudo certo.
- Tu não pode nem dar uma dica? - perguntei - Odeio ficar ansioso.
- Nope! - Falou ele me dando um beijo rápido - Surpresa, é surpresa.
- Te odeio! - bufei
- Também te amo. Te amo muito. Te amo à ponto de não conseguir viver sem você. Te amo e nem sei explicar, mas te amo. Muito!
Abracei ele e ficamos assim por alguns minutos, senti algo quente escorrendo em meu rosto e logo percebi que estava chorando. Limpei a lágrima e ele percebeu e logo me beijou.
- Boa viagem. Me ligue no caminho, me ligue quando chegar lá. - falou ele - Não queria que você fosse.
- Mas eu tenho um trabalho. Enfim, estou indo. - Abracei ele novamente e demos um beijo mais demorado de nossas vidas.
Ele me levou até o carro, tentando me convencer à ficar.
- Murilo, realmente não tem como ficar, já estou há bastante tempo longe da loja e preciso ir. Vou conversar com meu padrinho à respeito de uma possível transferência pra cá, mas enquanto isso não acontece, eu vou ter que continuar indo pra São Paulo. - Falei pra ele que parecia meio entristecido - Falei com minha avó que você iria ficar aí. Não precisa ir embora agora.
- Obrigado! - Falou ele. - Não gosto da ideia de que você tem que ficar indo pra São Paulo, ainda mais de carro. Tenho um medo imenso.
- Vai ficar tudo bem. - Dei outro beijo nele e entrei no carro, apertei o botão da garagem e Murilo se debruçou na janela e ficou me olhando, abri um sorriso e lhe dei outro beijo. - Sabe, eu amo quando você fica com esse seu jeitão todo preocupado comigo. Me sinto até protegido.
- Diego, eu tô falando sério. Não queria que você fosse de carro, até dois dias atrás você estava mentindo pra mim dizendo que não estava mais sentindo as dores fortes na cabeça, a hora que você acordou. Sei lá, eu não tô me sentindo bem com isso.
- Amor, eu vou ficar bem e a viagem vai ser maravilhosa, para com tanto pessimismo. - Falei - Agora tira essa carinha de preocupado do rosto e volta a dormir.
Murilo tentou disfarçar a preocupação, mas não conseguiu. Ele me deu outro beijo lento e se afastou do carro pra eu poder sair.
- Vai com Deus... E me liga - disse ele.
- Pode deixar! Te amo.
- Te amo também. - Respondeu ele.
Sai com o carro da garagem e pressionei o botão pra fechar o portão no controle.
Segui caminho pela estrada. Ainda estava meio sonolento, mas nada que me atrapalhasse. Liguei o rádio e escolhi uma estação qualquer que estivesse tocando algo decente. O trânsito estava começando a ficar intenso devido à hora. O dia começava a clarear e eu já ainda tinha muito o que seguir.
Finalmente cheguei na estrada quando já eram 9:00, o trânsito era super mais tranquilo e dava pra dirigir de boas. Segui mais alguns km até que parei num posto mais adiante. Abasteci e resolvi passar na loja de conveniência para comprar algumas coisas para comer durante o caminho.
Depois de comprar tudo, voltei pro carro, 50 km mais a frente, as fortes dores de cabeça começaram, eu tentei ignorar, mas era quase impossivel. Parei no acostamento e liguei o pisca-alerta. As dores estavam fortes a ponto de me deixarem sem ar. Tentei respirar com força, mas mesmo assim eu ainda tinha dificuldade. Elas foram amenizando alguns minutos, mas mesmo assim eu ainda sentia minha uma leve dor na cabeça. Voltei a dirigir, segui meu caminho, ainda com o um pouco de dor. Conseguir dirigir mais alguns metros quando novamente uma forte dor veio com tudo, me deixando tonto. Eu perdi o controle do carro jogando-o para o lado e então senti uma pressão sobre o carro e tudo girando e então, tudo se apagou.
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Em Comum.
Teen FictionSabe aqueles dias em que você acorda com humor nada legal? Em que você não tem paciência nem pra sí mesmo ou então fica incomodado até com o clima? Foi assim que eu acordei... Não estava aceitando nem "bom dia" pra não ter que dar patada em ninguém...