Four

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"Ele deveria ser tratado como um animal"

"Ninguém gosta dele porque ele gosta de homens"

Ponho a mão em meu peito, sentindo-o estreitar. Tento me sentar, mas vejo meu braço preso a um soro e murmuro baixinho, já que eu iria me levantar com tudo e doeu.

Abro os olhos devagar e vejo um clarão invadir minha visão. Fecho por uns segundos e sinto um corpo debruçar sobre o meu.

Minha mãe.

— Meu filho... — ela chora compulsivamente.

Olho para o lado, vendo Tae com uma mão na boca e seus olhos encharcados.

— O que aconteceu? — faço um careta.

— Você ficou sete horas desacordado, Ji. — diz meu amigo e eu olho para baixo, escutando toda aquela humilhação novamente.

— Nunca mais você vai voltar para aquela escola! — minha mãe levanta, irritada. — Quando o professor de educação física me ligou desesperado, eu vim correndo para o hospital. Cheguei aqui e vi você todo choroso, desmaiado. Jungkook me contou o que aconteceu, e filho, por deus, eu não deixo você nunca mais pisar lá!

— Tia, se acalma... — Tae segura seu braço, mas minha mãe se solta.

— Aquele bando de filhos da putas! — ela grita. 

Dois médicos aparecem na porta, assustados com toda essa barulheira.

— Senhora, mantenha a calma, ou vou ter que pedir para se retirar. — diz um deles.

— Ok. Não me toca! — ela sai da sala, batendo a porta, em seguida.

— Vai atrás dela, Tae — meu amigo me encara, quase negando, mas ou mais rápido ao falar: — Por favor... Eu não posso deixá-la fazer alguma besteira.

Contraditado, meu amigo me abraça rapidamente e vai atrás da minha mãe.

Fico sozinho por horas, fazendo todo tipo de exame passado pelos médicos. Ao ser liberado, paro no ponto de ônibus, sentindo-me acuado.

Será que a diretora soube deste incidente? Com certeza, sim. Ela me odeia. Não é nenhuma novidade. Mas ela, realmente, se sentiria bem ao ver a mutilação dos alunos contra mim?

O que o dono da escola faria se descobrisse que a diretora já demitiu professores por causa da sua sexualidade? Será que ele também seria a favor disto? Eu nunca o vi pessoalmente já que ele vive viajando, e nunca vem na escola.

— Você está bem, garoto? — um cara para ao meu lado, cheio de sacolas nas mãos, olhando-me preocupado. — Faz quatro minutos que está aí, parado.— me desperto e coço minha cabeça.

— Estou, não se preocupe. — sorrio falso, mas o homem de ombros largos não ficou satisfeito com minha resposta.

— Ia perguntar se você precisa de um médico, mas acabei de ver você saindo de um. — ele ri e acompanho-o. — Acho que não é nada fisicamente, e sim psicologicamente. — afirma e eu assinto, sem ter mais o que mentir, já que está bem estampado na minha cara.

— Fui humilhado pelos meus alunos, desmaiei e acordei sete horas depois. — digo. O homem arregala os olhos como se lembrasse de algo, e se vira para mim pondo as sacolas no chão. 

— Relaxa, já passou. Não sinto mais nada. — ele não liga para minha desculpa esparramada.

— Só uma pergunta — ele chega mais perto de mim. — Seu nome por acaso é Park Jimin?

Single Rule • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora