Seventeen

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O seu tom rude, surpreendentemente, não me abalou em nada. Certo que meu coração errou uma batida, mas o que eu tenho para lhe contar requer mais coragem dentro de mim.

— Podemos conversar? — oprimo os lábios, me encolhendo mais. 

Jungkook não faz menção de ceder minha quase súplica, mas, através dos seus olhos, vejo que ele está lutando contra si mesmo para ser grosso comigo. Quer dizer, eu acho...

— Toda a sua intensão de atingir Diana já ficou muito clara na segunda. — quase rio desse seu depoimento. — O que você  quer mais? Me atingir? — debocha e eu pisco, atônito. — Ah, não... você já fez isso, não foi? — tomba a cabeça para o lado, e engolindo a um seco, somente atento. — Vai fazer alguma coisa contra minha cachorra também? — abro a boca, chocado com essa acusação.

— Você está tirando tudo isso do fundo mofado do seu cérebro, é? — ele cruza os braços e estufa o peito, tentando impor medo. Mas comecei, e não vou parar, até ele me escutar: — Eu não sei se você está sendo manipulado por algum joguinho obscuro para me magoar mais, mas eu nunca faria nada com a Hilda. O que você acha que ganha falando assim comigo? — tenho quase certeza que uma lágrima caiu de meus olhos, mas apenas ignoro. — Me desculpa se eu te magoei, ou se te fiz algo ruim, mas me fala o porquê, tá bom? Não fica me atacando com palavras, porque elas machucam. Machucam demais. — fungo, levantando os olhos para suspirar fundo.

Encaro-o de soslaio e vejo uma expressão mais calma se dar o lugar em seu rosto. Mas ele não volta atrás com suas palavras, então diz:

— O que veio fazer aqui? 

Suspiro, derrotado.

— Posso entrar? — meio receoso, ele dá espaço na porta para eu passar.

Sou pego de surpresa pela cachorrinha que pula em eu colo, lambendo todo o meu roto, sujando-me com sua saliva. Com saudades dessa pelagem fofa, solto uma risadinha baixa e abraço-a, matando saudades. Ela satisfeita com a minha atenção momentânea, late e e volta para o seu prato de ração.

Tão lindinha...

Escuto um pigarro e creio que seja do Jungkook, já que o mesmo passou por mim e se sentou no sofá, apontando com os olhos para que eu me sente. Receoso, faço o que foi pedido, mas um pouco longe de si, evitando porque não quero tremer com a sua presença tão perto de mim.

— Se não for falar nada, pode se retirar de minha casa — assinto, desviando do seu olhar rude. — Eu estou ocupado, preciso guardar tudo aquilo ali. — aponta para um canto de sua sala e minha boca se abre quando me dou conta do que é.

Há um berço de madeira com estampa de ursinhos marrons e branco perto de uma porta que da última vez que vim aqui não estava ali. Dentro deste berço, há inúmeras fraldas de diferentes tamanhos e marcas caras. Neste mesmo berço, ao lado oposto das fraldas, tem um amontoado de roupinhas de bebê de diferente cores e estampas, tudo dobradinho e passadinho.

Um bolo de angústia se forma em minha garganta. E, de repente, tudo se torna doloroso para tirar um sonho do Jungkook sem mais nem menos assim. 

Seus olhos brilham quando apontam para essas coisinhas fofas de bebês, é como se ele esteve esperando por isso há tempos. Mas tudo não se passa de uma história fictícia da mulher que está com o homem dos olhos sentimentais.

Parece que tudo se tornou difícil, porque sua cara de desgosto se dará lugar quando eu lhe contar sobre tudo. Por isso, eu lhe encaro com um certo receio, este que ainda encara o amontoado de coisas.

Single Rule • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora