Fifteen

777 72 8
                                        

📚

A mulher de meia idade abandona a porta, correndo para enlaçar a garota com seus braços. Violeta não demora a retribuir, logo, escutamos as duas chorando dentre o abraço, murmurando palavras emboladas entre si.

Faz tanto tempo que elas não se viam, suponho que a saudade e a preocupação era intensa para a mulher de meia idade. Ficar sem notícias de um familiar é algo estonteante ruim, pior quando não se falam por outros meios: celular, aplicativo de conversas, por exemplo.

— O quê aconteceu, Vivi? Estávamos todos preocupados com você, meu bem. — a mulher separam-nas, segurando o rosto da garota com as duas mãos.

Violeta olha pra trás, esperando por algum auxílio. Mas eu apenas levanto as sobrancelhas, incentivando-a a contar.

— Antes de contar, preciso saber quem são eles. — a mulher abraça a menina ladino, fitando eu e o Hoseok.

Nós dois fizemos uma rápida reverência, mas Violeta que toma a iniciativa:

— Podemos entrar primeiro? Cadê a vovó? — faz duas perguntas disparadas e a mulher assente para a primeira delas.

Entramos na casa e o cheiro de café e lavanda é instantâneo. Há flores para tudo que é lado - Lisa ama -, a cozinha e a sala são separadas por um balcão de mármore.

Sentamo-nos no sofá e um silêncio reina, somente as duas permanecem abraçadas.

— Querem café? Está fresquinho! — sorri a mulher, apontando para a cafeteria e alguns copos na mesa de centro.

— Não, obrigado. — respondo, limpando minhas mãos na calça, retirando um pouco o excesso de suor.

— Eu aceito. — o de cabelo amarelo responde já se servindo na xícara de transparente, tomando um logo depois.

— Está bom de açúcar? — Hoseok assente com a pergunta da mulher, bebericando mais um pouco do café. Ela sorri, se voltando para garota, esta que sorri enquanto lhe encara. — Mamãe foi à feira, só chega à noite. Ela ficará muito feliz com sua volta.

— Estava com muita saudades de vocês, tia Mary. — descobri que é a tia. A mulher fecha os olhos fortemente, apertando mais a sobrinha.

— Por que você parou de nos visitar? — meu corpo se tenciona e Hoseok presta atenção, também tentando saber da história.

— Minha mãe... — por um momento pude jurar que os punhos da mulher se fecharam.

— Já não basta o que ela dez com você? Te deixando para morrer naquele orfanato? — palavras de raiva são escapulidas de seus lábios trêmulos.

— Ela não deixava eu vir...

— Ela dizia que você estava estudando; que você estava sem vontade de nós ver. — Violeta expressa um choque com seus olhos, arregalando-os.

— O quê? Nunca eu disse isso!

— Sua mãe é uma maluca!

— Concordo. — Hoseok murmura, mas todos nós escutamos.

— Verdade... Por isso que o meu professor me tirou das mãos dela.

— Esse é o seu professor?! — aponta para mim, mas não brava e sim... Surpresa, por assim dizer. — A situação estava tão crítica que você pediu uma ajuda ao seu professor? — indaga retoricamente.

Mary analisa-me, buscando por conclusões com apenas seu olhar fixo em mim. 

Porém, ela anuncia: — Obrigada. — e sorri, agradecida, para mim e Hoseok.

Single Rule • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora