Single Rule • jjk + pjm

Sixteen

📚

— Professor, professor! — Dahyun me para no meio do corredor juntamente a Shooky e Momo. Faço um gesto de aceno, sorrindo, esperando que ela continue a anunciar. Então, com um semblante animado, ela diz: — Depois de segunda, eu achei que não viria mais. — faz um biquinho, chateada. Os outros dois me encaram, tristonhos. 

Minhas bochechas queimam em vergonha, e aperto meu classificador, envergonhado. Eu achei que eles não escutaram a "discussão" entre nós. Mas, pelo visto, escutaram sim, e ainda estão tentando compreender o meu lado, por isso suspiro inaudível e torno a sorrir, logo pronunciando:

— Oh, não, não! — eles suspiram em sintonia. — Vocês vão ter que me aturar. — digo em tom de brincadeira e eles sorriem, um pouco mais aliviados. Nunca vou me cansar de dizer o quanto amo dar aula. 

Checo meu relógio após o sinal tocar, indicando a primeira aula do dia que é a de educação física. 

— Vão, precisam estudar! — bato duas palminhas.

— Ah, queríamos conversar mais... — Momo faz um biquinho. Quase entrei na sala para permanecer com eles, mas ao lembrar de quem é a aula, travo meus pés no chão, sorrindo falsamente para o vento.

— Hoje teremos duas aulas, relaxem, nos veremos novamente. — asseguro na minha resposta e eles assentem, um pouco acabrunhados mas compreensivos.

— Eu passei a gostar de biologia por causa do senhor! — exclama Shooky, e eu sorrio, feliz por esse comentário.

Com esse fim de conversa, eles se vão. Sorrindo ao extremo, aperto meus passos em direção a sala dos professores, sentindo minha visão continuar turva de tanto que estou sorrindo.

Organizo todos os meus materiais sobre a mesa, já planejando as atividades que irei passar e alguns assuntos que com certeza meus alunos gostaram de discutir em sala; por isso, resolvo construir um mini debate como o último trabalho deste ano. 

Cinquenta minutos se passaram e Lisa entra na sala toda suja de tinta. Franzo as sobrancelhas, rindo. A mulher de cabelos castanhos está com uma careta evidenciada em sua face, expressando a sua matéria: arte. 

— Não ri, por favor... — se joga na cadeira à minha frente, pegando alguns papéis amassados meus, abrindo-os e esforçando-se para limpar os vestígios de tinta de seus braços. — Inventei de fazer uma atividade ilustrativa e meus alunos bagunçaram tudo lá na sala.

— Você arrumou a sala? — entrego alguns lenços umedecidos que achei esquecido em minha bolsa, entregando-a, que agradece quase gritando por sair tão facilmente.

— Eu não. Deixei para eles arrumarem, eles que bagunçaram. — dá de ombros, terminando de tirar dos braços e indo para seu rosto, com um pequeno espelho em mão.

— E por que está toda suja? — sua expressão é como se fosse pega no flagra, mas depois ela ri, e profere cinicamente:

— Eu meio que me espojei nas tintas tentando fazer uma obra de arte. — levanta a cabeça, e eu rio, inesperado com sua resposta.

— Que obra de arte?

— Eu, né.

Nos encaramos e gargalhamos. Mas após cessar sua risada, eu vejo que realmente ela não estava mentindo em sua posição, me fazendo gargalhar alto, arrancando uma feição engraçada da professora de artes.

Lisa continuava a se limpar, e eu a me concentrar nas minhas anotações. Era nítido que eu estava tão absorto a absorver mais aprendizado, que nem percebi quando o sinal tocou, indicando que agora a aula era minha. A professora conseguiu retirar os resquícios da tinta de sua pele, mas não de sua roupa, então ela foi para sua próxima aula toda colorida.