Capítulo 4- Red wine talks

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Existem rotinas que nunca devem de ser quebradas, ou que simplesmente, não são possíveis ser quebradas, como por exemplo... o barulho feito pela vizinha de cima que substitui o som do pássaros pela manhã calma com gritos para o marido que ainda não arranjou a janela velha do apartamento, ou o típico pequeno-almoço religioso, sopa de pão quente com café que qualquer homem que tenha passado pela idade dos 60 anos começa a consumir todos os ricos dias, ou até a simples caminhada efetuada para o local de trabalho, que passa sempre pelos mesmos pontos, casas, pessoas e vistas, mas que de certa forma nunca existe uma forma de nos cansarmos da mesma.

Ou até mesmo a rotina de Andrea Ackerman, que é efetuada todas as manhãs, verão ou inverno, sábado ou quarta-feira. Da qual é constituída pelo acordar com a luz natural que entra no seu humilde quarto, que ilumina as belas fotografias de memórias de uma vida ainda curta, as flores que o avô Pietro tem por rotina oferecer no início de cada mês e por fim, bate á porta das pálpebras dos olhos da mesma, levando-a a despertar e a se levantar, esticar e bocejar e por fim ir para a única saída daquele que é o seu espaço seguro. De seguida, percorrer o curto corredor do 1º andar onde se localizavam 2 quartos, o dela e o dos avós, e a única casa de banho da casa, para descer as escadas ao rés de chão, onde seria apanhada sempre de surpresa pelo cheiro do belo pequeno-almoço que a sua avó Julieta prepararia á cerca de 1 hora antes de Andrea acordar, entre belas torradas ou fatias douradas com café, a papas de aveia das mais divinas existentes, ou até mesmo a umas bolachas de manteiga ou pão quente acabado de sair do seu forno mágico de lenha que nunca desapontava ninguém.

Posteriormente, os beijos e os bons dias, o saborear das maravilhas gastronómicas que qualquer avó no mundo consegue preparar e o preparar para sair para ir onde apenas Deus saberia, ou ir ter com Giovanna e Milena, ou ir á praia, dar uma volta pela praça, ou ir ao grande mercado de Sicília, que ocorria terças e sábados, onde todo o tipo de tesouros se poderiam encontrar, entre velharias cheias de historia, a belas comidas e frutos da época, até aos vinhos mais refinados das adegas dos montes com vista para o vulcão Etna... mercado esse que seria o destino dela.

Era sábado, 8:22 da manhã, e a avó Julieta pedira a Andrea para ir ao mercado comprar os ingredientes necessários para a sua famosa carbonara com 5 queijos e aipo salteado, um dos pratos favoritos do avô Pietro. E assim fora, Andrea num vestido amarelo com flores brancas, uma fita de cor do céu que prendera o seu cabelo e cesta de palha no braço saíra para ir ao mercado, debaixo de um sol quente que já demonstrava que as tempestades tinham terminado e que o ritmo normal do verão italiano teria retornado.

Ao chegar, a primeira coisa com que se depara para além das dezenas de pessoas a conversar e a comprar os belos ingredientes, tesouros gastronómicos e dos tempos; das belas cargas de peixe fresco a virem nos tratores e das vizinhas todas a "lutarem" para ver quem levaria a melhor posta de dourada que viera; fora Giovanna com a sua mãe a comprarem sapatos na nova loja que abrira no mercado.

-Giovanna! - acena Andrea com a sua cesta de palha de picnic.

-Andrea! Mãe volto já, está ali a Andrea. – diz animada.

-Ok, mas não demores- diz a mãe da mesma.

Após uma pequena corrida de ambas para se aproximarem, passando por uma meia dúzia de pessoas das quais talvez 2 teriam reclamado com ambas, estas aproximam-se abraçando-se.

-Aí miúda, um dia sem te ver doeu sabes! -diz Giovanna conforme o abraço terminara

-Não vives sem mim tu- diz Andrea rindo-se ligeiramente

-Vá 5, 6, 7 e 8... conta tudo e não escondas nada, onde estiveste ontem sua maluca?!

-Em lado nenhum... só na casa do Diego Costa- diz mais baixa e tímida

𝑳𝒂 𝑳𝒂𝒄𝒓𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒊 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora