O tempo não é uma unidade estável do universo, isso fora descoberto anteriormente por outros grandes nomes da ciência... O tempo é instável uma vez que o seu valor é alterado conforme a precessão de cada um de nós, em cada momento vivido, onde o tempo poderá ter valores mais elevados ou mais reduzidos, tempo é algo que pode ser de elevado valor, quando o que são 10 minutos de leitura exaustiva para um exame mais parecem para o nosso cérebro, que processa a realidade a uma velocidade diferente no seu subconsciente, 3 horas; ou pelo contrario, quando um simples jantar de risadas com amigos, família ou amados de 6 horas, momentos belos que para o nosso cérebro não parecem ter demora, na realidade apenas parecera uma curta conversa de 5 minutos. O tempo, como conhecemos, é sempre instável, com valor alternável, em constante mutação, em constante debate com o nosso subconsciente, e nada é pior na vida, humana, biológica e racional, quando sentimos que o tempo está a acabar, e nem parece que o usufruímos dele.
Este mesmo tempo, de valor instável e relativo, seria o único inimigo de Andrea e Diego, não o nazi da esquina ou o inglês das colinas vizinhas, era o tempo, que parecia durar séculos, enquanto apenas eram semanas que os faria sofrer, semanas extensas que pareciam anos cheios de saudade e amor de perdição, dias que pareciam cada vez mais longos, dia após dia após dia, horas, segundos que seriam passado em câmera lenta pela memória de ambos, e de todos que estariam naquela guerra maldita, tempo, algo que todos queriam que passasse como o vento para chegar a certos fins, mas que em outros momentos, um fim, esse poderia não ter, nos momentos doces como mel, o tempo poderia estabilizar, ficar estável e imóvel, não seguir caminho. O tempo sofre com a bipolaridade do sentimento no momento, sofre o constante desejo nosso ou de partir ou de ficar, que pode alterar-se em minutos, segundos ou anos.
O tempo, passa, e Novembro, chegara, um fim do treino militar que, na linha do tempo nos sentimentos de Andrea, passara a voar, nem sentira o tempo a mudar como mudou, mas com esse Novembro, mais fome e sede de paixão, amor e conecção com o seu amado viera e dará ao tempo uma pressão contraditória passar mais rápido, pois para a condição humana, que nunca está satisfeita, tempo é algo que sofre, com o nosso desejo que corre entre o ir mais rápido ou o passar mais devagar, tempo... Coitado do tempo que sofre com o nosso temperamento.
Na rotina habitual de Andrea, esta chegara com Arlet e suas companheiras de esquadrão ao pavilhão de treinos, pronta para o que seria apenas mais um treino debaixo do tempo de inverno que ainda não chegara, onde a neve já era visível no exterior, não haveria coisa melhor do que um mero casaco, e a atmosfera cinzenta inglesa que ganhava uma certa beleza cada vez maior... Onde as árvores despidas e os animais em dormida dariam ao espaço de Cambridge um silêncio e paz melancólica, mas bela, solene, transparente do que seria a mudança do espaço no tempo, mais uma vez o tempo...
No pavilhão, estaria o general em grandes pressas com 2 almirantes em cada um dos eus lados, prontos para fazer o que parecia ser uma espécie de discurso para a aproximada centena de soldados que estariam á sua frente. Após todos estarem em silêncio em posição direita, lá iria falar o general, com a sua voz que acordara mais uma vez qualquer soldado que não tivesse acordado com o despertador da sirene de acordar.
-Bom dia minhas preguiças! Preparem-se que serão avaliados!
Todos ficaram confusos, as avaliações apenas estariam marcadas para Dezembro, quando os 3 meses de treino se completassem, muitos ficaram nervosos, outros perplexos, incluindo Andrea que se atrevera a intervir e fazer a pergunta que todos queriam fazer...
-Senhor general, senhor! Se me permite perguntar...- diz levantando o braço- Porquê a antecipação das datas das avaliações?
-Vou ser sincero convosco...- diz mais humilde- Não estamos a ganhar esta guerra meus camaradas.... A Alemanha avança a nós como touros raivosos, a França fica cada vez mais fraca, a Rússia mais dispersada, e Inglaterra mais apanhada desprevenida com a Itália... Precisamos de soldados! Eis a realidade... - diz fazendo um discurso a todos com convicção para tentar dar coragem a todos-... Precisamos de mão-de-obra militar a defender as colónias e o território nacional inglês, precisamos de todos vós o mais rapidamente possível, e eu sei! Que estão prontos... que nestes últimos 2 meses deram o máximo de vós, e que estão prontos para seguirem cada caminho que vos for destinado, porque eu já vos ensinem tudo o que sei, e agora está na hora de me provarem, o que valem!- diz o mesmo terminado o discurso motivacional, algo que os soldados não estavam habituados mas que lhes dera força de vontade, como um verdadeiro líder, pedagogo, inspiração.
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𝑳𝒂 𝑳𝒂𝒄𝒓𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒊 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂
Historical Fiction"O tempo é algo relativo, as rotinas algo derrubáveis, o que parece ser para sempre não é, e o que está sempre a mudar poderá estagnar." Eis a lição desta história carregada neste livro, nestas páginas, onde 5 adolescentes numa Sicília de 1939 vêm a...