Capítulo 14- Points of View

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Por entre os segmentos de reta, compostos por placas de ferro e aço com mais história do que um livro baço de um biblioteca prestes a ser encerrada pelo enredo histórico que acompanha este conto, sem pontos, específicos num espaço de tempo, anterior ou posterior ao passado contado, explorado, onde apenas nos poderemos focar dos 2 comboios, que continuam a andar em direções opostas, em caminhos e destinos opostos, em situações opostas que os levaram a escolhas opostas, vivencias opostas mas cujo único fim é o mesmo, terminar a viagem vivo.

Eis que nos deparamos que, os pensamentos interiores dos 2 jovens apaixonados, num espaço de 7 horas após o arranque daquela jornada imprevista, não querida, não desejada mas que por ordem de quem mandara tivera de ser feita... Os 2, dentro de comboios diferentes carregados de almas cegas para o que esperaria por eles num futuro ainda por escrever, dizer, fazer, mas que iria ser descrito por alguém a escrever em folhas de livros e manuscritos que ficariam marcados para a história...

Inicialmente, viajamos e transportamo-nos para os pensamentos de um comboio inglês, do individuo ou indivíduos dentro daquele transporte que os levaria para onde apenas a linha do tempo poderia descrever, onde por palavras mais simples, de compreensão mais suave e nítida, nos deparávamos com um cenário de Andrea e Arlet, sentados lado a lado no fim de uma das 22 carruagens daquele comboio que tinha em si transporte de mercadorias, burocratas, ingleses que estariam a passar as suas belas férias italianas que foram interrompidas pelo imprevisto mais previsto da história da humanidade e por eles dois, que dali para a frente apenas teriam um ao outro, na jornada que os levaria ao fundo de um poço com poucas esperanças para subir... mas isso é mais para a frente na linha temporal.

Arlet, enquanto dormia com uma face suave e bela de um típico bebé recém-nascido exausto da emoção passada com a família, naquele caso da emoção passada pela despedida, provavelmente a sonhar com o azul do mar onde estaria a nadar umas boas dezenas de horas atrás debaixo do Sol a brilhar e das gaivotas silenciosas a voar, um sonho que muitos poderiam estar a desejar mas que apenas ele estaria a visualizar, na sua mente, nos seus sonhos. Andrea, por outro lado, escrevia rascunhos num papel que roubaria de um bloco de notas de Arlet, mas que saberia que aquele roubo seria mais classificado como o "pedir algo emprestados sem pedir ao irmão mais velho". No mesmo, esta escrevia palavras de amor misturada com frases de dor que deixavam os anjos a observar aquele louvor de inspiração deixar a mente humana ser levada para os imagináveis do lado emocional, impossível de controlar e que apenas gostaria de libertar tudo o que sentira e vira em meras palavras, marcas de tinta barata que num futuro poderiam ainda servir para refletir, sentir ou fazer outro ou outros, sentir...

Esta escrevia, bela poesia, onde na mesma poderia se sentir e até mesmo ouvir sem som, o som do mar a bater em grutas cinzentas debaixo do Sol ardente, onde apaixonados estariam sentados a pensar num futuro simples para viver, mas que pela ordem dos deuses, não chegara ao destino pretendido, previsto, querido, e que ambos teriam de correr caminhos diferentes, sobre sangue e muita gente, afastados mas para sempre ligados por um fio de corda vermelha que seria a memória que nunca iria morrer, desvanecer e esmorecer... Que nunca iria ser algo esquecido, perdido, como pérolas no fundo de um mar nítido, divino.

Durante a breve pausa da escrita, esta olhara pela sua janela para tentar observar a vista que teria do seu lugar ao lado da forma física vitrina e incolor, de onde via belos prados e campos franceses de um noroeste francês, verde e iluminado por um céu que jogava contra o Sol, e que haveria momentos onde este vencia e aparecia, momentos onde as nuvens brancas o tapavam e faziam perder o seu glamour, um jogo entre anjos e uma bola ardente em chamas, que não teria vencedor definido, definitivo, mas que proporcionava a visão de Andrea uma vista que diria mil palavras, mil sentimentos, que a permitia refletir na sua vida, e no imprevisto, no não desejado, na simples certeza que as ervas teriam do Sol a luz tão necessitada durante o longo dia, mas que por ordem superior, as nuvens viriam interromper o momento de florescer, aparecendo e desvanecendo, vindo e indo, desenhando o céu com tons brancos e buracos azuis, por onde o mesmo conseguia espreitar e animar as terras durante um curto espaço de tempo, finito em duração mas infinito em comparência, por palavras mais simples, um dia ligeiramente nublado.

𝑳𝒂 𝑳𝒂𝒄𝒓𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒊 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora