Quando existe a sensação de que o tempo passa, ou que por mera vontade do próprio tempo, este passa por nós a metade da velocidade, sentimos que num curto espaço de tempo, tempo esse que parece longo, sentimos tudo á flor da pele, na ponta da língua, no aperto no peito...
1 hora e quase meia, de espera, passara pelos 4 amigos que estariam sentados a sentir esta paralisação do fluxo temporal, sentiam que aquele mera hora tivera sido uma tarde inteira, com as sensações ditas antes conjugadas com pensamentos stressantes e não positivos... uns demonstravam essa negatividade pelas ações, outros pelo estado de espírito e outros pelo simples olhar vazio para a ponta da carpete que estaria aos seus pés... Mas a igual impaciência aumentava naquele espaço de espera á porta da biblioteca de Tio, onde Arlet já estaria de pé a andar de um lado para o outro, Giovanna e Milena encostadas uma á outra, e Andrea a fazer a tal atividade reflectora de olhar para a ponta da carpete suave cor de salmão.
-Acham que ele demora muito?- pergunta Arlet impaciente.
-Dá-lhe tempo, deve de ser muita informação para uma chamada com um familiar que não vê á mais de um mês- diz Milena tentando acalmar o temperamento da sala.
-E se for verdade? Uma nova guerra? Vamos ser separados! E as nossas famílias? - diz Giovanna entrando num ligeiro e silencioso pânico, enquanto tinha a cabeça deitada no colo de Milena e esta acariciava os cabelos.
-Não pensemos muito, é o pior, teremos de esperar pacientemente- diz Milena mantendo uma calma madura, enquanto no seu estado de espírito interior esta estaria tão ou mais em pânico que Giovanna.
-Tempo é algo que está a custar a passar...- diz Arlet continuando a sua caminhada impaciente de um lado para o outro.
-Andrea querida, estás bem? -pergunta Milena apercebendo que esta não estaria naquela sala, pelo menos não mentalmente mas apenas fisicamente.
-Milena... Tu sabes que se houver guerra eu vou!- diz Andrea, num tom de voz sólido, sem engasgos, firme e segura, confiante mas ao mesmo tempo assustado.
-O quê? -diz Giovanna levantando logo a cabeça e ficando a olhar fixa para Andrea.
-Não é surpresa nenhuma... Eu sempre disse que iria se houvesse, não estava a brincar...
-E o quê? Levares com uma bomba inglesa em cima?-diz Giovanna com lágrimas nos olhos.
-Wow wow calma, Gio não entres em pânico é o que menos precisamos... Não é novidade mas agora não iremos falar do assunto... não agora- diz Milena pondo ordem na sala.
-Estou para entrar naquela sala... - diz Arlet já roendo as unhas.
Finalmente, ouve-se o estalar do trinco da porta que cria uma pontada no coração de todos presentes na sala, pondo-os todos de pé antes que a porta sequer começasse a abrir, todos nervosos, Milena e Giovanna de mãos dadas, Arlet a ir em direção da mesma e Andrea simplesmente com um olhar vazio e imóvel mas igualmente de pé.
Da mesma sai um Diego de cara séria, como um velho general que já não sentia grande coisa por dentro, fecha a porta, tudo em grandes calmas, e com 2 papéis na mão vindas de um telégrafo militar de Roma, o mesmo para no centro da sala, que já estaria composta não só pelos 4 amigos mas também pelas empregadas da mansão, Dona Rosa, os agricultores, mordomos e tratadores de animais, todos prontos para ouvir as noticias de Diego...
Com os papéis na mão, e posteriormente olha para a a cara de todos, Diego começa a ler:
-"No dia 1 de Setembro de 1939, ocorreu uma invasão por parte da Alemanha Nazi a terras do este da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, invasão essa que fez esta união declarar guerra oficial ao país invasor. As uniões formam-se a cada minuto, a URSS já chamou e pediu auxilio da Inglaterra e França para a sua participação na guerra, pedido esse aceite e que deverá de ser divulgado no dia 3 de Setembro de 1939...
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𝑳𝒂 𝑳𝒂𝒄𝒓𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒊 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂
Historyczne"O tempo é algo relativo, as rotinas algo derrubáveis, o que parece ser para sempre não é, e o que está sempre a mudar poderá estagnar." Eis a lição desta história carregada neste livro, nestas páginas, onde 5 adolescentes numa Sicília de 1939 vêm a...