Faremos de seguida um enquadramento do que ocorrera nos momentos de seguida, dias e posteriormente meses, onde Andrea e Arlet voltaram para Inglaterra, mais concretamente para York, onde se encontrariam com vários generais e homens superiores que representariam Churchill. Lá contaram o que viram, o cenário mais irreal possível o que deixaria alguns generais na duvida, outros receosos e cientes que seria necessário efetuar alguma coisa e, em grande acordo, seria dada a missão ao general Edward de transportar os documentos dos projetos que esse tal general Dio Libero tanto queria para o seu grande projeto, levá-lo-ia para longe de Inglaterra, de forma que os italianos não tivessem ideias de atacar Inglaterra que já estaria a ser cada vez mais pressionada pelas forças nazis que avançavam com os seus aviões e embarcações, força militar pesada sobre uma frança que ia sendo engolida a norte pelos alemães, a sul pelos italianos e espanhóis...
Edward então convocara de imediato Andrea e Arlet para irem com ele na sua missão, ambos ficaram logo prontos para seguir para a próxima correspondência que seriam as colónias inglesas no norte da África, o único local que teriam longe da Inglaterra mas que ainda assim seria um perigo para a missão uma vez que os italianos forçavam as colónias inglesas do Egito cada vez mais, mas os ingleses não teriam tempo de enviar os documentos para colónias mais distintas como a Austrália. Sendo o último recurso a que estes recorreram, partindo para Londres onde pegariam numa mala com os documentos e partiria para o Egito, terra da antiga sabedoria e mística onde as montanhas de areias fazem retratos belos de tintas quentes e cores ardentes, onde os ventos que velam os grãos finos pelo ar prevalecem, onde as belas praias desérticas transformam a imagem de uma colónia em desenvolvimento num pais cheio de oásis e templos antigos, pirâmide e "Tipos de pedra com cara séria", dizia Arlet.
Estes partiram em Julho de 1940 para o Egito, para Alexandria onde seriam então de seguidas direcionados para terras antigas na fronteira com Líbia, uma terra chamada Siua, terra sagrada de um deus egípcio, Anubis, que teria um grande legado do antigo Egito com as casas de areia, ou os restos dela de uma aldeia que se localizava em volta de um lago enorme no meio das montanhas de areia, onde um acampamento militar com 23 homens esperaria pelo general e suplementos para construir o que seria um forte de defesa da linha de fronteira com a Líbia, que estaria a ser engolida pelos italianos a cada semana que passava... imprevisível, e ligeiramente sem lógica, quando a missão seria fugir dos italianos mas em vez disso estes vão para a boca do lobo, porém para além da missão dada ao general de guardar os documentos, seria dada a missão ao mesmo da proteger a fronteira oeste do Egito com a Libia, construindo lá uma base militar, um "forte egípcio" chamava o general, de forma a impedir os italianos de passarem pelas fronteiras que não deveriam de ser atravessadas...
Andrea pensava apenas na sua Sicília, na sua casa que ficaria abandona em grande correria, doera mais a segunda partida do que a primeira depois de ter visto a terra que seria outrora tão viva, morta sob as mãos de tiranos e fascistas que desfrutavam das riquezas enquanto os soldados estariam na batalha a sofrer em nome das decisões dos mais elevados na hierarquia militar, social, mas esta tentava esconder esse e tantos outros pensamentos com a excitação de conhecer uma nova terra, o Egito, sempre ouvira tanto falar dele nas suas aulas de história do secundário, e ficara sempre deslumbrada pelas construções belas de pedras enormes em formas triangulares, as pirâmides de Gana, e estaria ansiosa por partir o quanto antes.
Já na costa mediterrânica, no outro lado da moeda e na mesma época de Julho, Dio Libero, o nosso novo vilão, estaria em terras neutras europeias, em "negócios" dizia ele em cartas para os restantes generais e cientistas que disponibilizavam o dinheiro que este tanto precisava, falamos de milhões, da moeda da altura, que faria o projeto de Dio avançar passo a passo, mas desta vez o próximo passo seria o que o levaria às terras de Portugal. Terras da bela maresia, cores vivas e calor reconfortante, como o de Sicília, onde a costa iluminava qualquer viste e este, num jipe preto com Sofia, subia as colinas de vinhas de uma região que seria o chamada de Douro, onde belos vales de cores verdes com um certo reflexo do dourado do sol que se começava a querer a por apareciam diante de ambos. Dio conduzia e Sofia daria instruções do que seria uma enorme propriedade vazia, de propriedade do estado que teria espaço suficiente para construir a sua base de trabalhos da experiência, uma vez que seria muito arriscado construir a mesma em Itália, onde a noticia se espalharia rapidamente pela restante Europa e assim, num pais neutro que seria pago para o silêncio, Dio poderia prosseguir com o seu projeto.
Na mesma propriedade, por entre vales e escondidos numas falésias escondidas por detrás da florestação, estes pararam no que seria uns caminhos de terra batida para uma espécie de mina abandonada, esgota, com um grande aviso de "fechado" preso com uma estaca de madeira ao chão, onde estes parariam o jipe mesmo em frente e sairiam para visualizar a propriedade que acabariam de comprar. Sofia estaria confusa, á espera de espaço superficial para construir uma base militar, mas Dio teria outros planos...
-Então mas... como faremos a base numa mina?- perguntou Sofia olhando em volta para o que seria uma mina de rochas ornamentais.
-Mas quem disse que eu quero fazer uma base militar igual às outras?- diz o mesmo entrando na mina, deixando esta para trás em silêncio e a mesma seguira-o em corrida lenta como uma cobaia.
Uma grande mina estaria diante deles, não das fechadas e apertadas de carvão, uma mina de tetos altíssimos como os céus, com colunas bem grossas que seguravam bem aquela estrutura toda, estes andavam num local onde o eco e os morcegos mandavam, e onde com um bater de palmas forte que assustara Sofia por parte de Dio, todos os mesmos animais saiam dos seus esconderijos e sairiam da caverna.
-Explica-te...- diz a mesma de mãos nos ouvidos.
-Não quero morcegos no meu laboratório... -vai andando em volta, chegando a uma zona mais escura onde ligara por fim uma lanterna que desvendara um caminho de pelo menos meio quilómetro, onde caberia um elefante facilmente a passar por tais caminhos rodeados de pedra arenito, cor clara e bonita.
-Um laboratório?! Ah pois claro!- dizia Sofia percebendo o plano de Dio que este pouco contara.
-Preciso de um local que não dê suspeitas, os portugueses cegos por dinheiro não sabem o que farei aqui, nem eu quero que eles saibam, uma vez que eles nem sabem que sou italiano- diz com uma leve gargalhada da ignorância dos portugueses que assim que viram as grandes barras de ouro que Dio apresentara pela propriedade, até as dívidas da antiga empresa que mandava a mina teria sido isentas e esquecidas.
-Esperto como sempre... Então quando avançamos?
-O quanto antes, chamar construtores e soldados para construir o laboratório, que sim vai ter uma parte de base militar, e enquanto o mesmo é construído, o que ainda irá demorar 1 ano e meio a 2, com os materiais todos que preciso e com os planos que ainda terei de recuperar dos ingleses... sem eles, não temos a bela arma.
-Então temos de começar a procurar por eles!- dizia Sofia pronta para a procura.
-Não é preciso... - diz o mesmo olhando para o chão.
-Como assim?
-Eu já sei onde eles estão.- diz olhando de baixo para cima com um sorriso sorrateiro- ou bem, onde irão estar...-vai andando em direção de Sofia que estaria longe dele.
-Aonde?!
-Egito.
-Como sabes logo isso tudo?!- diz a mesma vendo ele a aproximar-se de si, a um passo lento e mortífero, que a deixaria desajeitada e vermelha de vergonha da bela imagem que teria diante de si.
-Oh eu tenho olhos e ouvidos em todos os lados, além disso os ingleses são terríveis a enviar cartas confidenciais, ouvi a tradução da carta em telégrafo, que avisava Churchill do meu projeto ainda nem tinha chegado a Portugal, estaria na estação de comboios de Madrid, ontem á tarde antes de virmos para o Porto.
-Então temos os ingleses atrás de nós é isso?
-Yap, mas nós é que os apanharemos de surpresa, quando formos para a Líbia ajudar as tropas italianas que avançam em força e cheio de poder sobre as colónias inglesas...- diz com a face próxima de Sofia, descendo o tom de conversa passo a passo até parar com a cara colada á dela, esta estaria vermelha, completamente perplexa, mas de certa forma não movera uma vez que o seu coração apreciava aquele momento.
-Dio...- diz a mesma em tons românticos, não muito disfarçados, até que numa mudança drástica de atitude, Dio levantara o rosto e seguira para a saída do jipe.
-Bem!- diz dando a dita mudança de atitude, levantando a mesma de surpresa de propósito- Iremos que temos ainda um longo caminho a Lisboa para apanhar uma embarcação para a Líbia...
-Oh... Sim, sim! -acorda Sofia do seu sonho, indo atrás dele para o jipe, partindo então para a Líbia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝑳𝒂 𝑳𝒂𝒄𝒓𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒊 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂
Historical Fiction"O tempo é algo relativo, as rotinas algo derrubáveis, o que parece ser para sempre não é, e o que está sempre a mudar poderá estagnar." Eis a lição desta história carregada neste livro, nestas páginas, onde 5 adolescentes numa Sicília de 1939 vêm a...