𝑳𝒂 𝑳𝒂𝒄𝒓𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒊 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂

Capítulo 3- Almond Milk

Existem dias peculiares, diferentes aos que deveriam ser conforme o quotidiano da rotina do chamado "Banal", como por exemplo, em tempos frios do solstício de Dezembro no hemisfério norte, o tempo do dia, meteoro-logicamente falando, deveria ser frio, com chuvas belas e frescas e um tempo cinzento que nos permite ficar no conforto das nossas camas com ao som da chuva sem nos sentirmos culpados por não estarmos a fazer algo produtivo ou criativo.

Mas tal como a velha regra diz, que todas as regras devem de ser quebradas, existem dias que não correspondem ao recorrente banal, são abstratos, fora de um normal que deveria corresponder ao esperado das pessoas, assim estava esse mesmo dia, o dia seguinte, onde no apartamento do nosso Diego Libra, um tempo cinzento era observado a partir da janela alta de um típico estúdio Italiano, com vidros constituídos por vigas de madeira cor de casco de um barco que nunca tivera sido pintado na sua vida... um tempo atípico, num dia de Julho, que não correspondera de forma alguma a um banal dia de verão.

Eram exatamente 15 e 56 da tarde, quando Diego estaria pronto para sair de casa com umas calças chinas cor de bege, uma camisa verde oliva para fora e com o peito ligeiramente aberto, e para precaver, um casaco de cabedal preto, caso o tempo decidisse fugir ainda mais ao banal.

Este saíra então do seu apartamento, a caminho do seu encontro com Andrea, a bela moça que conhecera no dia anterior, mas que em um espaço de 14 horas, pareça transformar um sentimento de desconhecimento em um sentimento de conhecimento completo...

Enquanto este andava pela vila, vila essa que não se deixara afetar pelo dia cinzento num mês de Julho, e que estaria cheia de vida, pessoas a andar de um lado para o outro, vizinhos e amigos a reclamarem do atípico previsto naquele dia, e de belas vespas coloridas a andarem de um lado para o outro com diferentes pertencentes dos seus condutores...

Diego chegara então ao famoso "Almond Milk", ou numa língua falada no papel, Leite de amêndoa, uma pastelaria e geladaria que seria muito famosa na vila que atraia todos os anos inúmeros turistas, e que apenas trabalhava em tempo de verão, e ficaria fechada durante os equinócios e solstício de Dezembro, mas que nem por isso ficaria afetada financeiramente graças aos belos ganhos que o tempo de solstício de Junho providenciava á mesma.

Do outro lado da praça, constituída por uma bela rotunda e vista para a bela catedral de Sicília da qual Diego poderia observar da sua posição á porta do café, estava Andrea, a andar na sua direção com um vestido azul royal escuro e um casaco de largura curta branco, bela como sempre aos olhos de Diego. Estes encontram-se então e cumprimentam-se, sentando-se na mesa que estaria mais afastada da porta principal, onde de seguida aparecera um empregado para retirar os seus pedidos.

-Boa Tarde, sejam bem-vindos ao "Almond Milk", o que desejam? – Diz o empregado com um bloco de notas e uma caneta de tinta preta na mão.

-Boa Tarde, para mim é um expresso- Diz Diego simples

-Para mim é um Frappucino de caramelo -Diz Andrea

-Com certeza, trago em 3 tempos- ao dizer isto o empregado sai de cena e um breve silêncio fica no ar, breve como uma brisa passar num dia seco de Agosto.

-Então como estás hoje? Cansado da festa de ontem? - pergunta Andrea brincando com o mesmo e quebrando o silêncio que se tinha feito.

-Fogo as minhas pernas doem da dança- diz Diego rindo

-Bem as festas de Sicília são assim, uma festa nunca magoa ninguém.

-Verdade- diz Diego com um sorriso nos lábios.

-Diz-me Diego, não sendo daqui o que fazes aqui? – pergunta Andrea curiosa

-Bem... eu estive os últimos 3 anos a estudar em Oxford, engenharia molecular e física quântica, e agora que tenho digamos "férias" decidi passá-las na terra mais bela de Itália, para além disso tenho um familiar cá que vou visitando deves em quando...