Capítulo 19 (Júlio Duarte - 37 anos)

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Passou-se 1 mês desde que tratei do divórcio sem ela dar conta, e para garantir que ela não fica com nada, alterei a minha residência e considerei esta como aluguer à minha ex-mulher até ela encontrar nova residência, obviamente não pretendo voltar atrás com a decisão e dar-lhe tempo para procurar uma casa porque isso ia prejudicar-me. Assim, ganho uns pontos na guarda das crianças e demonstro que ela não é uma boa mãe, não dando a devida educação às crianças nem se preocupando com as suas necessidades, e se no inicio tive dúvidas sobre o divórcio, o mês que passou, só me demonstrou que estava certo e que ela não se importa com a casa nem com o marido como é dever da mulher, por isso não vale a pena continuar casado.

Quando o dia chegou, quis contar-lhe para ver a sua reação, mas como sempre, cheguei a casa e ninguém para me receber, senti-me completamente desvalorizado e ignorado, e depois vi que nem a minha ex-mulher tinha esperado para jantar comigo, só demonstrando o desprezo que têm por mim e pelo que faço pela família, e quando me apercebi que ela estava no sofá em vez de me esperar na cama, fiquei ainda pior. Não deixa um jantar para o marido que trabalha o dia inteiro, nem espera que chegue a casa para me receber e ainda me despreza ao ponto de dormir no sofá como se eu fosse uma coisa nojenta que ela não quer. Passou uma vontade de a acordar e colocar na linha, nem que fosse no último dia, mas percebi que só ia arranjar motivos para ela ganhar em tribunal contra mim e eu não quero dar-lhe esse gostinho por isso limitei-me a bloquear o ódio e aproximei-me para verificar se ela estava realmente a dormir por cansaço ou a evitar-me.

Não precisei de me aproximar muito ou me agachar para ouvir a respiração e perceber que ela estava a fingir, sei de cor que ela tem uma respiração mais profunda e quando parada por causa da apneia, mas ela agora estava a respirar bastante harmoniosamente, por isso, notava-se a milhas que estava a fingir para me evitar. A raiva aqueceu-me as veias e senti a cara a arder como as mãos prontas para a colocar no lugar, porque ela estava a gozar com a minha cara, mas estava a contorcer-me para não lhe tocar porque a respiração dela mudou para algo mais aflita e deduzi que ela estava com medo de mim. O cheiro do medo dela deixou-me mais calmo porque é sinal de que ainda não perdi todo o respeito dentro desta casa, mas o sabor do terror fica ainda melhor quando me aproximei porque quase conseguia ouvir o coração dela a sair pela boca. Decidi ir embora e deixá-la ali no sofá para sofrer um bocadinho e na manhã seguinte iria deixar tudo preparado para o golpe final.

Fui para o quarto e caminhei bem devagar para que ela ouvisse os meus passos, cada tábua mais ruidosa e cada batida na parede, porque ela merecia sofrer por estar a desrespeitar o marido. Onde já se viu uma esposa estar a dormir no sofá porque não quer o marido que a sustenta, lhe deu casa e dois filhos? Noutra altura, ela foi uma mulher decente que sabia o seu lugar mostrava respeito, agora é uma ingrata que dorme no sofá porque não quer o marido, devia pola fora de casa na mesma hora, mas deixei-a ficar o mês todo para perceber se ela podia mudar, e enganei-me, por isso vai ter o que merece. Infelizmente, como a casa foi comprada em casado, tive de a mudar para meu nome antes do divorcio e assim garanti que ficava como aluguer e irei receber o dinheiro depois do seguro, mas ela irá pagar por estar a fingir que é boa mãe e boa mulher. O ódio ferve em mim como lava e a minha vontade é por tudo para fora, toda a raiva e stress, por todos os desaforos e desrespeito para fora e castigá-la por tudo o que ela fez.

De repente o odio saiu puro e bruto, saiu um murro na parede com toda a força e deixei a mosa lá, a mão doi, mas a raiva saiu e estou mais calmo, como se tivesse libertado o diabo para a rua. Respirei fundo, levei as mãos à cara e tentei acalmar-me mais um pouco, sou demasiado novo para ficar preso a uma mulher que não me respeita e nem vou perder a cabeça por cauda desta ordinária. Deitei-me e tentei descansar, porque amanhã tinha de deixar ela em alerta para ser apanhada de surpresa sem tempo de reagir e eu tinha de encontrar um lugar o mais depressa possível. A sapataria ia estar fechada durante os dois dias que supostamente ia para fora, por isso, seria um bom lugar para ficar enquanto termino de pensar no que vou usar em tribunal.

O Amor e a Morte, vencem o mais forte (Edição Especial)Onde histórias criam vida. Descubra agora