-Como você ficaria se perdesse alguém de repente?-Jungwon perguntou de repente assustando Jake que achou que ele já tinha dormido.
Quase três horas se passou e nesse meio tempo uma enfermeira veio ver como Jungwon estava permitindo que Jake ficasse também para alguma emergência. Sendo filho de uma enfermeira, ele sabia muito bem como atuar em momentos assim.
-Eu acho que depende muito do quão próximo eu sou da pessoa, sabe? No geral ficar mal é inevitável.-Jake respondeu calmamente tomando cuidado com o que dizia.
-Não quero que nada aconteça com Jay. Ele não é uma pessoa ruim para sofrer como está sofrendo, sabia? Ele é uma das pessoas mais doces que eu já conheci.
A voz embargada do mais novo tocou muito Jake que se virou para ele encarando seus olhinhos marejados enquanto limpava uma lágrima que escapou trazendo as outras consigo. Jungwon então escondeu seu rosto para o amigo não o visse assim obrigando o outro a lhe abraçar bem forte até que se acalmasse outra vez.
Jake o entendia muito bem e sabia que nesses casos o medo da perda era impossível de ser contido mesmo que você pense positivo. Não importa o quanto você lute contra esses pensamentos ruins, eles sempre vão parecer ser mais fortes do que os bons.
Por muito tempo o mais velho foi domidado por esse tipo de pensamentos, os ruins que viviam tomando boa parte de si, mas agora ele sabia como lidar com eles, sabia como fazer com que eles não fossem tão intensos e assustadores. Ainda tínha os momentos onde está muito difícil e estava tudo bem.
Não demorou para que Jungwon caísse no sono em uma posição desconfortável por estar um pouco apoiado em Jake, mas ele o deitou mais confortavelmente na cama, o cobrindo melhor e subindo a grade de proteção da lateral. A cama ao lado estava vazia e bagunçada deixando claro os movimentos rápidos para tirarem Jay do quarto.
A princípio Jake estava certo de que não iria demorar para o trazerem de volta para o quarto. Em alguns casos o paciente ia para uma salinha a parte para ser observado com mais atenção antes de ser mandado para o quarto outra vez, mas não o caso de Jay que estava muito pior do que todos achavam.
Ninguém conseguia entender o motivo da piora tão brusca e repentina no seu estado de saúde. Já sabiam que os tratamentos não estavam mais fazendo efeito e até mesmo os alternativos não estavam mais ajudando como estava no começo. Então, pela escolha do paciente, decidiram parar com tudo.
Jay tinha chorado muito quando confessou ao médico sua vontade de viver sem estar preso aos medicamentos e em partes isso aconteceu. Ele disse precisamente todas as coisas que ainda queria fazer, os lugares que queria visitar e principalmente as vontades que tinha.
-Você tem bastante tempo para realizar tudo o que quer, filho. Acredite nisso.-o médico disse a Jay na última consulta que tiveram e agora o senhor de idade tentava entender o motivo de tudo ter acontecido tão rápido.
Os aparelhos apitavam regularmente indicando os batimentos cardíacos de Jay. O exame feito indicava que as atividades cerebrais continuavam o que era um bom sinal, mas por outro lado as células cancerosas corriam por seu sangue e ossos dificultando ainda mais qualquer tipo de tratamento que fossem fazer.
Por essa noite vão o monitorar no coma induzido observando como seu corpo estava reagindo e como vai continuar lidando com tudo o que estava acontecendo. Ainda tinham que contar a Jungwon que era muito próximo de Jay e que com certeza seria uma pessoa muito importante nesse processo.
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To Build A Home | Jaywon
Fiksi PenggemarJay apenas queria que o que seu médico disse fosse apenas uma brincadeira de mau gosto, mas quando viu que não era foi como se todo o seu mundo desabasse. O que ele não esperava era ter que dividir o quarto com um garoto que era seu completo oposto.