Pov Casey:
Acordei de um sonho horrível.
Tinha sonhado que a mulher nos meus sonhos havia ido embora, pra sempre. Sonhei que a havia machucado, e dito coisas que jamais teria dito a outra pessoa. Por puro egoísmo.
Sonhei que ela tinha os olhos puxados, bem fechados, sardas que acompanhavam os contornos do rosto, sua pele era bronzeada e brilhava. Seu corpo era quente, arrepiado e seus poros mostravam sua fragilidade. Sonhei que a tive em minhas mãos por várias vez. Que conheci o céu da sua boca, o macio dos seus lábios, e o cheiro da sua roupa. Sonhei que ela me fazia sorrir como ninguém antes havia feito. E me apresentou o amor mais puro que eu podia imaginar.Acordei de um sonho horrível. Tão horrível que era real.
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Ainda era primavera quando eu olhei pela janela, e vi as árvores em volta da minha casa, desleixadas se desfazendo de suas folhas quase secas. Eu arrumava minha mala pronta pra ficar meses a fio sem ver essa vista, desta janela, desta casa que nunca fiquei mais de 4 ou 5 dias fora. No rádio tocava uma playlist over, a melhor que achei de músicas tristes.
Eu estava totalmente quebrada por dentro. Totalmente destruída. Foram cacos tão esmiuaçados que eu talvez jamais consiga montar.
Eu sabia o que sentia. Ódio. Dor. Negação? É negação.
Eu não falava seu nome. Eu não falava o meu nome. Eu nao falava de nós, não falava de você. Não falava do tempo, nem dos momentos.
Eu me perdi no caminho, eu me perdi de mim, de quem eu era, e mal consigo definir o que sou agora.Eu imploro todos os dias pra dor passar. Mas nunca deixou de doer. Principalmente quando vejo uma foto sua, sorrindo mas com aquele olhar que só eu conhecia.
Eu nunca deixei de sentir. A dor que causei, dói em mim. Rasga em mim.Eu posso dizer que continuei vivendo? Não. Continuei respirando. Vivendo não é a palavra ideal pra esse momento.
A cada peça de roupa que eu colocava na mala eu sentia um pouco de você, do seu cheiro, do seu cuidado. Sentia um pouco do seu abraço, do carinho, do toque na testa, do beijo no canto da boca.
Eu queria devolver todas as roupas pro meu armário e não sair de lá nunca mais. Eu queria devolver meus livros pro meu quarto. Eu não queria dividir meu espaço com uma estranha, eu não ter que contar sobre minha vida aqui. Eu não queria ouvir sobre a vida de outra pessoa que eu nem conhecia.
Mas eu me coloquei aqui. Eu me permiti estar aqui.
Então eu só continuei.
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- Casey vamos nos atrasar pra sair querida! - Elsa gritava do corredor. Ela estava menos invasiva, não entrava mais sem bater ou sem anunciar, mas de uns meses pra cá ela tem estado mais distante, como se não soubesse o que dizer ou fazer pra me ajudar.
Eu apenas resmunguei como quem diz "já estou indo!". Eu desci com as últimas malas, pra colocar no carro. Sam já havia voltado da antártida com meu pai, e estavam esperando pra me levar a caminho da Califórnia.
Eu optei por UCLA. Sem dúvidas seria o melhor, e bom, era o plano desde sempre, desde que... Bem, UCLA era perfeita.
Eu ficaria no dormitório da universidade, já que tinha ganhado bolsa integral pra correr. E lá eu estava, seguindo pro outro lado do país, seguindo um sonho, que não foi sonhado sozinho mas que agora eu deveria me acostumar a tê-lo só pra mim.O caminho era tranquilo, meu pai e minha mãe revezavam hora ou outra no volante enquanto eu e Sam nos revezávamos pra ver quem dormia mais.
Eu certamente não tirei os fones de ouvido e definitivamente estava me maltratando ouvindo All I Want no repeat, intercalando com aquela música que..., aquela que eu amava ouvir acompanhada.
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AMOR PERFEITO | CAZZIE - Parte I
Fanfiction"Eu queria não ser tão confusa, queria ter não pensado nisto, queria ter dado um fim antes de começar, mas eu já estava totalmente entregue a Izzie, e ela a mim. O que fazemos agora? Eu já não conseguia imaginar os meus dias sem ela." Está história...