Contrato de casamento

Capítulo 7

Mas o que fazer? Como falar para ela sem parecer um cretino? Ele teria que concordar com os termos dela, ou ela desistiria. Não! Iria se casar com ela. Pelo menos assim, ficaria perto dela. Depois que ela melhorasse, ele iria conversar com Antônio para saber porquê ela saiu de lá exasperada daquele jeito. Ligou o carro e foi para casa, tomou um banho e em menos de uma hora estava de volta. Ele achou melhor não avisar os pais dele, uma vez que ela pediu que eles tivessem menos contato possível, depois conversaria com a mãe. Quando ele chegou Clara estava cochilando. Rosana foi falar com ele do lado de fora.

- É melhor você ir para casa descansar um pouco, você terá que trabalhar amanhã. Qualquer coisa eu te ligo imediatamente, pode ficar tranquila.

- Ok, se você precisar de alguma coisa, me ligue. – Ela pegou a bolsa, ajeitou a coberta de Clara e saiu.

Paulo entrou silenciosamente e se sentou ao lado da cama, segurou a mão dela, encostou a cabeça ao lado dela e também adormeceu. Clara acordou logo em seguida e levou um ligeiro susto ao vê-lo com a cabeça encostada perto dela. Seu semblante era calmo, mas tinha traços de cansaço. "Meu Deus, como ele é lindo". Ela passou a mão pelo seu cabelo, ele abriu os olhos, ela já ia tirar a mão, ele segurou a mão dela e fechou os olhos, não disse nada. Ela continuou acariciando seus cabelos e então ele dormiu mesmo. Ele acordou era quase duas da manhã. Seu pescoço doía e sua cabeça também latejava de dor, talvez pela enxovalhada de emoções do dia anterior, a falta de descanso adequado, sem comer e até mesmo de beber água ele se esqueceu. Ele levantou, espreguiçou e bebeu um pouco de água. A enfermeira entrou em seguida para ver se estava tudo bem, como ela dormia, ela achou melhor não acordá-la sem necessidade. O médico disse que ela só tomaria um analgésico se sentisse dor, como ela estava dormindo... Ele desligou o ar condicionado e a cobriu direito. Voltou a sentar na sua cadeira, mas estava sem sono. Ele observava detalhes do seu rosto, os longos cílios avermelhados, as sobrancelhas longas e bem desenhadas, os lábios rosadinhos e algumas poucas sardas sobre o nariz arrebitado. Sentiu uma imensa vontade de beijá-la. Ele se afastou. Ele tirou algumas mechas de cabelo de sua testa, ela virou a cabeça e prendeu sua mão entre a face esquerda e parte do ombro, mas não acordou. Ela dizia algumas palavras que ele tentava ouvir e entender, mas não conseguiu, parecia que ela reclamava de alguma coisa. Ele sorriu. Ela virou e sua mão ficou livre. Ele continuou acariciando seu ombro, finalmente ele também dormiu com a mão sob os cabelos dela.

- Bom dia! – Disse a enfermeira em voz baixa entrando com o café da manhã para Clara. Paulo acordou e Clara dormia. Enquanto ela preparava o café para servi-la, ele foi ao banheiro lavar o rosto. Clara acordou com o tilintar de talheres

- Bom dia. Nossa, há muito tempo não durmo tão bem. – A enfermeira sorriu. Clara buscava a presença de Paulo, mas não perguntou por ele.

- Também, com um namorado lindo desse dormindo a noite toda ao seu lado, não tem como não dormir bem, meu amor. – Disse a enfermeira rindo da expressão que ela fez. – Ele foi ao banheiro e já está voltando. Você está sentindo alguma dor? – Clara negou. – Então vou medir sua pressão e tirar a temperatura, se estiver tudo bem, o médico te dará alta agora cedo ainda, tá bom? Eu trouxe seu café da manhã, coma, vai te fazer bem. Se precisar de alguma coisa, é só chamar, ok. – Clara agradeceu e ela saiu.

- Bom dia, como você está? – Perguntou Paulo entrando na sala com a voz rouca.

- Bom dia. Graças a você, muito bem. – Ele deu um leve sorriso. Clara notou as olheiras nele, a expressão cansada e se preocupou. – Paulo você deveria ir para casa, eu estou bem.

- Você também deveria ir para casa e eu só saio daqui com você. – Disse sério, bem próximo ao rosto dela. Ela abaixou os olhos, tímida e ele se afastou de repente, passando as mãos pelos cabelos. – Tá sentindo alguma dor?