Capítulo 11

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- Mas nós nem nos despedimos das pessoas...

- Clara, é o nosso casamento, você quer que estejamos na porta de saída agradecendo a presença de todos? Minha mãe perguntou onde passaríamos a noite de núpcias eu disse que era segredo. Nós não vamos ter uma lua de mel, então vamos para a nossa casa.

- Mas eu nem tive tempo de arrumar minhas coisas...

- A gente passa na sua casa e pega o que você precisar. – Como sempre, não adiantaria discutir com ele. – Assim fizeram. Eles passaram na casa de Clara e ela pegou algumas peças de roupa, itens de sua higiene pessoal e foram para o apartamento dele. Clara ficou impressionada pela organização e limpeza dos cômodos. Parecia que tudo tinha acabado de sair da loja. Apesar de ela achar lindo no apartamento dele, ela observou que era um lugar frio, "sem alma".

- Seu apartamento é muito bonito, mas desculpa a sinceridade, parece mais a extensão do seu escritório... – Observou.

- Sinta-se a vontade para decorá-lo como você bem quiser, afinal você vai morar aqui agora.

- Como só vou focar aqui um ano, essa não é realmente a minha casa, então acho que posso viver assim. – Disse sem olhar para ele. – "Eu mereço ouvir isso", ele pensou.

- Clara, por favor, eu faço questão que você redecore o apartamento, aqui também é sua casa. – Disse sério, olhando em seus olhos.

- , mas e se você não gostar, eu...

- Impossível. Você é culta, tem bom gosto, não acredito que eu não gostaria. – Interrompeu.

- Por que é sempre impossível fazer você mudar de ideia? – Perguntou desanimada. Ele riu.

- Muito obrigada, eu sabia que você ia concordar. – Disse satisfeito. Ela ficou parada no meio da sala, sem saber aonde ir. – Vou te mostrar o seu quarto. – Ela o seguiu.

Ele passou pelo quarto dele, quando ela viu a foto dele e de Lucas ela abriu a boca e ficou hipnotizada pela foto. A harmonia dos dois era incrível. Nunca ela o tinha visto num sorriso tão radiante como na foto. Esse era um "Paulo" que ela não conhecia.

- Nossa! Isso é uma obra de arte. Que foto linda! – Exclamou.

- Se você gostou, você pode colocá-la onde você quiser.

- Não. Ela perfeita aí. É íntima demais pra ser compartilhada com qualquer um.

- Viu? Eu não disse que você tinha bom gosto? – Disse . Ela apenas riu. – E aqui é o seu quarto. É espaçoso e também tem uma banheira, mas você pode mudar tudo se não gostar da decoração e disposição dos móveis. – Ele a observava com atenção.

- Eu gosto do tom pastel dos móveis, não vou mudar. Tem algo que eu gosto muito de fazer, embora não tenha tido tempo ultimamente, é Ikebana (técnica japonesa de arranjo de flores), é a única coisa que eu vou fazer aqui.

- A primeira vez que te vi, seu cumprimento para mim foi uma reverência. Eu nunca tinha visto uma ocidental fazer isso e confesso que fiquei encabulado. Depois das inúmeras surpresas que você me apresentou sobre você mesma, posso dizer que você é mais japonesa que eu. Eu não acredito que você faz Ikebana... – Disse paralisado. Ela riu alto.

- Acho que de tanto ir para o Japão e de tanto conviver com a família da Rosana, eu assimilei bem a cultura. Infelizmente eu não cozinho bem, mas AMO comida japonesa.

- Você não existe... – Disse impressionado.

- Existo sim, oh. – E rindo pegou o indicador dele e a cutucou "como prova de existência". Quando o dedo encostou nas costelas dela, ele prendeu a respiração. Ela imediatamente soltou a mão dele. "O contato físico", pensou. Ela entrou quase correndo no quarto e jogou a mochila sobre a cama. – Desculpa, eu...

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