Capítulo 13

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            Eles dormiam um nos braços do outro. Completamente apaixonados e felizes por aquele momento mágico que tinham vivido. Clara acordou com o rosto colado no tórax dele. Ela tentou se levantar, ele apertou seus braços ao redor dela, sem abrir os olhos.

- Aonde você pensa que você vai? – Perguntou ele com a voz que a deixava insana.

- Que horas você pensa que são? Eu e você temos que trabalhar.

- Não quero. – E não tirou os braços da cintura dela.

- O que foi tudo isso que aconteceu? – Perguntou com o rosto ainda no tórax dele. Emocionada. Num rápido movimento ele a virou e deitou em cima dela. Seu rosto sério, preocupado fitava o dela onde tímidas lágrimas escorriam pelas laterais.

- Clara, você está bem? Está sentindo dor? – Ele a beijava com extrema delicadeza e desceu com seus beijinhos até seu baixo ventre. Seu corpo rapidamente respondia aos estímulos dele.

- Eu estou bem. E tô chorando porque eu nunca pensei que fosse tão maravilhoso tudo isso. Você é maravilhoso, me desculpa, eu sei que você não quer nenhum contato físico comigo e...

- Clara! Nunca mais repita isso, eu te imploro... – Pediu quase sem conseguir falar. – Você pode imaginar o que eu passei por te ver todos os dias e não poder te tocar? A vontade louca que eu estava de ter você como agora nesse momento. Ontem quando te vi naquela toalha, com os cabelos em desalinho, eu quase pulei em cima de você e arranquei aquela sua toalha. Fiz um esforço sobre humano para sair da porta do seu quarto. Cada fibra do meu ser ansiava por você. Mas por causa de um contrato idiota que eu fiz, e de palavras que eu disse, eu penei como um imbecil. Então por favor, me perdoa. Eu quero ter todos os contatos possíveis com você, porque eu te amo mais do que consigo explicar. – Clara chorava e não conseguia falar de tanta emoção. Ela o abraçou como se ele pudesse escapar. Após um tempo com o rosto colado no pescoço dele, ela se recompôs.

- Se isso te consola, saiba que você não sofreu sozinho. A semana que você passou trabalhando até altas horas, fui dormir chorando todos os dias. Eu queria te ligar, saber de você, mas não sabia se podia, você foi sempre tão explícito em suas palavras que eu não ousava fazer nada além do que me era estipulado no contrato. E se eu tentasse algo e você cancelasse esse contrato? Como eu veria você de novo? Eu te via com esse seu tórax perfeito caminhando para lá e pra cá e isso foi me tirando a paz, daí eu me lembrava de suas palavras, do meu lugar e isso me bastava para desistir de qualquer coisa. Eu também te amo tanto que não sei como vivi sem você até hoje.

- Me perdoa por toda essa dor que eu te causei.

- Só se você se perdoar também. Ficar procurando porquês não vai nos levar a lugar nenhum. Nós dois erramos por orgulho, por medo, não importa, o importante é que nos libertamos e temos certeza de nossos sentimentos. – Ela segurou o rosto dele o beijou levemente nos lábios. – Não vamos mais falar nisso, nós temos uma família de verdade pra construir. Você concorda? – Ele apenas conseguiu balançar a cabeça afirmativamente.

Quando eles saíram do quarto já passava das onze da manhã. Apenas os funcionários estavam na casa. Clara deu graças a Deus, não queria encarar a sogra a essa hora da manhã. Lucas também não havia chegado da escola. Eles tomaram um lauto café da manhã e foram para casa. Ao sair da propriedade, eles puderam ver os estragos que a forte chuva causou. Os funcionários de seu pai, já haviam recolhido todo o lixo espalhado. Até mesmo um poste de luz foi ao chão. Na rodovia que dava acesso ao centro, vários outdoors foram destruídos. De repente Clara se lembrou que não avisou Rosana, por incrível que pareça, não tinha ligações dela em seu celular. Ela ligou pra amiga e disse que não iria trabalhar hoje porque Paulo viajaria aquela madrugada e ela o ajudaria a arrumar as malas.

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