Capítulo 8

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- Rosana, tudo bem por aí? Eu vou ficar aqui agora de manhã, não estou muito bem. Depois do almoço eu chego aí.

- Clara, sim, está tudo tranquilo. Você pode ficar em casa o resto da semana, não há nada errado aqui. E o Paulo, já foi?

- Sim, ele tinha umas coisas para fazer. Mas eu não estou mal, só com um pouco de dor de cabeça e indisposta,

- Você quer que eu vá ficar com você?

- Não. Preciso que você fique aí, se eu precisar de alguma coisa, eu te chamo.

- Ok, mas se cuide e se alimente, bom?

Clara não queria chegar com a cara inchada na loja, Rosana perguntaria e ter que mentir mais e mais, é um problema. Não sabia o que fazer. Ela ficou sentada no sofá por um bom tempo. Precisava reagir, essa não era ela. Sem querer chorar mais, ela foi ao banheiro, lavou o rosto e decidiu preparar algo para comer, estaria melhor até a tarde e ficar em casa lembrando de tudo, não era uma opção.

(...)

Paulo saiu da casa dela, foi para casa tomar um banho e foi direto para o escritório de Antônio. O que ele teria dito a ela? Ele precisava saber.

- Bom dia. Antônio está com alguém na sala? – Perguntou passando pela recepcionista e indo direto para a sala de Antônio.

- Não, não tem minguem com ele, mas senhor Paulo, espere. Preciso anunciá-lo... – A recepcionista não conseguiu detê-lo.

- Bom dia, Antônio. O que você disse para Clara quando ela esteve aqui? Você sabia que ao sair daqui ela sofreu um acidente e ficou dois dias no hospital? O que aconteceu? – Antônio se assustou.

- Sente-se e tenha calma, vou te explicar. Vocês já conversaram?

- Sim, ela já me contou tudo sobre a vida dela, os pais, a loja, tudo.

- Ah que bom que vocês conversaram. Ela chegou aqui desesperada, querendo cancelar o contrato porque ela disse que isso era uma farsa e que não queria mais ter participação nisso, palavras dela. Então como eu sempre faço com meus clientes, você vai casar com ela, passar um ano com ela, claro que eu fiz um levantamento sobre a vida dela. Descobri que ela era órfã de pai e mãe, descobri que ela construiu aquele império sozinha, mas ela não disse isso a você. Então eu apenas perguntei para ela quem era o farsante das duas partes. Você não omitiu nenhuma informação e deixou bem claro quais eram suas intenções, ela não só concordou como assinou o contrato. O que eu fiz de errado? Como ela está? Foi sério o acidente? Me desculpa, Paulo, mas se eu não fizesse isso, ela teria cancelado o contrato. – Paulo estava sem reação, não sabia se dava um murro na cara dele, ou um beijo.

- Sim, ela está bem. Eu estive com ela no hospital, ela teve que ficar em observação porque bateu a cabeça, mas tá tudo bem, ela já está em casa e já até foi trabalhar. Ela não desistiu do contrato, vamos seguir o que está determinado. – Ele colocou os cotovelos sobre a mesa e apoiou a cabeça com as duas mãos.

(...)

Logo após o almoço Clara foi para a loja. Se ficasse em casa ia pirar. Precisaria ocupar sua cabeça com alguma coisa. Rosana insistiu para que ela ficasse em casa, não houve meio. As duas passaram a tarde preparando um stand para a exposição de uma famosa feira de produtos eletrônicos que ocorreria em breve. Quando Clara lembrou de olhar o relógio, já passava das seis horas. Aquele trabalho lhe fez bem, ela se concentrou e conseguiu resolver muitas coisas. Ela chegou em casa quase oito horas, tomou um banho e comeu um sanduiche. Ela olhava o telefone, nem ligações e nem mensagem de ninguém...

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