Seu telefone tocou. Ele correu até o telefone. Sua mãe.
- Oi, mãe. – Atendeu desanimado.
- Oi, meu filho, bom dia. Esse domingo faremos um almoço para comemorar o aniversário de seu pai, você poderá vir?
- Tenho uma novidade. Arranjei uma namorada. Posso levá-la também? Queria que vocês a conhecessem. – O telefone ficou "mudo". – Mãe! Você tá ai? Mãe!!
- Mas que noticia maravilhosa! É claro que você pode e deve trazê-la. Ela será muito bem vinda. – Aiko estava quase sem fala de tanta surpresa.
- Quem vai estar aí?
- Não muitas pessoas. Sua tia Sayuri, seu tio e seus quatro primos, além de alguns diretores mais próximos de seu pai. E nós aqui de casa. O almoço será servido às treze horas, mas chegue mais cedo.
- Ok. Obrigada, nós iremos. Até amanhã.
O telefone tornou a tocar. Seu pai.
- Sua mãe disse que você vai trazer uma namorada no domingo?
- Bom dia pra você também, pai. Sim, vocês vão conhecer a minha namorada. – Respondeu sem ânimo.
- Que excelente. Estamos curiosos. Venham cedo, até mais.
Paulo teria que falar com Clara para mudarem o encontro de sábado para o almoço de domingo, será que ela concordaria? Como ainda era sábado, não estava em cima da hora. Ao invés de mandar mensagem, ele decidiu ligar. Ele já estava quase desistindo, quando no último toque ela atendeu ofegante. Ela pegou o telefone rapidamente sem ver quem ligava, apenas atendeu.
- Boa tarde. Incomodo? Você estava correndo? – Clara logo reconheceu a voz grave de Paulo.
- Olá, não. Não incomoda. Eu vim correndo para atender ao telefone porque não sabia onde estava. Apenas isso. Pois não? – Ela estava imaginando que ele cancelaria o compromisso dessa noite.
- Será que podemos transferir o nosso encontro de hoje para um almoço amanhã na casa dos meus pais? Amanhã é aniversário do meu pai, minha mãe vai fazer uma festa e eles querem te conhecer. – Clara estava sem fala, mas disfarçou bem.
- Ah sim, sem problemas. Posso ir sim. Devemos comprar um presente pro seu pai? O que devo usar?
- Se você quiser, podemos ir ao shopping comprar alguma coisa. Você pode usar qualquer coisa, é algo bem informal. Passo pra te pegar às dez horas para irmos ao shopping antes. Pode ser?
- Sim, está bom. Obrigada pelo convite, até amanhã. – Desligou. Por que ela estava ansiosa? Seu coração estava batendo na sua garganta. – O que está acontecendo comigo? – Ela deu uns tapinhas em seu rosto pra voltar ao normal. Ela decidiu que iria o mais linda possível. Ela optou por shorts e jaquetinha com uma blusa de alcinha por baixo. E keds brancos.
Domingo de manhã. Ela acordou um pouco antes das oito horas. Tomou café rapidamente, deu uma ajeitada na casa, principalmente seu quarto e banheiro. Tomou um banho, secou e penteou os cabelos, passou base nas unhas e esperou secar um pouquinho. Caprichou na maquiagem, como estava quente, ela decidiu fazer uma trança lateral. Viu sua imagem no espelho. Aprovado. Estava linda. Um pouco antes das dez, ela desceu e ficou aguardando Paulo no hall de entrada. Quando ela viu o Bentley Continental GT branco se aproximar, ela saiu. Paulo quase não a reconheceu, ela estava com uma expressão quase angelical com aquela trança de lado. E aquelas pernas... Ela vinha rapidamente para o carro, ele não conseguia desviar o olhar dela, estava nervoso. Ele destravou as portas e ela entrou.
- Olá, bom dia. Obrigada pela carona. – Disse séria sem olhar para ele. Ela afivelou o cinto e ele continuava parado, olhando fixamente para ela. – Algum problema? – Ela perguntou e ele como se estivesse saído de um transe, apenas balançou a cabeça, pediu desculpas e saiu. Ela percebeu o efeito que ela causou, ficou quieta, com vontade de rir, mas permaneceu séria. "Isso não é um negócio, Matsumoto-san? Então vamos fazer disso um negócio". Ela pensou desviando o olhar dele.
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Contrato de casamento
RomanceO que você faria pra realizar o sonho da sua vida? Clara aceitou casar-se com o excêntrico Paulo Matsumoto para conseguir dinheiro e ampliar a sua loja em um shopping. Mas até que ponto os negócios não serão afetados por sentimentos nobres que começ...