Capítulo 14

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            - Hoje temos uma reunião com o Antônio lá no escritório dele, às dez horas. – Informou Clara. Rosana sorriu imediatamente.

- Que bom. – Rosana levantou para pegar mais café. – Então temos que terminar logo esse nosso relatório, já são oito e meia.

- E aí, como foi seu fim de semana? – Quis saber Clara.

- Muuuuito bom. Passei o dia todo com o Antônio. Coitado, ele estava acabado. Essa semana para eles não foi brincadeira, estava com profundas olheiras. Nós tomamos café da manhã naqueles cafés coloniais da zona sul, depois fomos para um parque, andamos de pedalinho e daí fomos comer lamen. Clara, eu nunca vi alguém com tanta educação e paciência. Você acredita que esse tempo todo comigo, ele não tentou nada, nenhum tipo de gracinha. Eu simplesmente encantada. – Clara riu ao lembrar-se das palavras dele. – Sábado à tarde vamos ao planetário.

- Estou feliz por você, ele é um cara muito bacana mesmo, vocês se merecem. Vamos indo, temos que conversar com a Karen do RH antes. – Saíram.

Elas chegaram pontualmente às dez horas ao escritório de Antônio e foram recebidas pela recepcionista que as encaminhou para a sala dele, onde ele já aguardava.

- Olá, meninas, sejam bem vindas. – Ele deu um abraço em Clara e um abraço em Rosana. – Tava louco pra te ver. – Ele sussurrou quando abraçou Rosana deu um discreto beijo no rosto dela. – Sentem-se. O Marcos já está chegando.

Marcos era primo e sócio de Antônio. Eles vinham de uma tradicional família de advogados. O prédio onde estavam, era do avô deles. A empresa é composta por cinco advogados, Antônio, o pai dele, Marcos e o pai e uma tia. Hoje a Álavo & Gutierrez Advogados é um dos maiores escritórios de advocacia do país, atuando em quase todo território nacional.

Antônio e Marcos explicaram para elas como seria esse processo. Realmente, um funcionário na maioria das vezes ganha causas na justiça, mas como os dois estavam agindo de má fé e elas tinham tudo documentado, dificilmente eles conseguiriam o que estão pedindo. As duas audiências estavam marcadas para quarta feira às nove da manhã. Rosana entregou também a gravação que ela fez do atendimento de um dos funcionários da importadora, provando que o cliente havia aberto o drone, perdendo assim a garantia. Ao final, Marcos teve que ir almoçar com um cliente e os três foram para um restaurante perto dali. Quando elas se despediram de Antônio para ir para o carro, o celular de Clara vibrou com o som de mensagem. Paulo. "Oi, após sete horas de voo, chegamos bem. Aqui já está escuro, faz frio e sinto sua falta. Beijo". Clara respondeu: "Bom saber que chegaram bem. Se cuide e se alimente. Te amo e sinto sua falta."

(...)

As audiências correram tudo bem, foi mais fácil que Clara imaginou. Antônio era realmente muito bom. Com os argumentos e provas irrefutáveis ele fez os dois funcionários se enrolarem em suas próprias declarações. Ele perguntou a Clara se ela queria que os processasse. Clara negou veementemente, apenas não ter mais que lidar com esses dois já estava ótimo. E com o cliente do drone foi a mesma coisa. As acusações dele eram infundadas e ele não só perdeu a garantia como teve que pagar pelo conserto do drone.

Antônio deu uma carona para as duas, ele teria que visitar um cliente próximo à importadora. Quando eles chegaram, Clara desceu do carro e ele segurou a mão de Rosana para que ela ficasse. Ele queria conversar um pouco com ela.

- Eu sei que vamos ao planetário no sábado, mas hoje ainda é quarta e eu queria muito sair com você antes disso. Quero te levar num restaurante de um amigo meu perto do Pico do Jaraguá, é um lugar lindo com uma vista maravilhosa. Você quer ir lá comigo? – Perguntou segurando a mão dela.

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