Capítulo 1

1.8K 76 12
                                    

Eda

Coloco o lápis atrás da orelha e olho para os papéis em cima da minha mesa, pego a colher e enfio no pote de pasta de amendoim, colocando a colher na boca e apreciando o gosto do amendoim.

Escuto o barulho do trem que passa sobre o teto do meu apartamento e fecho os olhos respirando fundo esperando até o barulho acabar para me concentrar no trabalho de novo. Essas que são as consequências de morar debaixo de uma estação de trem em um dos bairros mais acabados de Los Angeles.

O barulho finalmente passa e eu volto para as minhas paranóias, começo a conversar sozinha pela sala.

- Eda, pode ser só uma coincidência ou pode ser que esteja tudo conectado - falo comigo mesmo andando de um lado para o outro com uma mão na cintura e a outra apoiando o lápis na minha boca.

- mas faz tanto sentido! Eu não posso estar ficando louca, a minha intuição nunca falha - exclamo de novo e volto a ler os papéis.

Vocês devem estar meio perdidos, bom. Eu sou Eda Yildiz e sou uma detetive de uma das melhores delegacias de Los Angeles! Nossa meu sonho que isso fosse verdade, mas a realidade é que eu trabalho como detetive em uma delegacia que ninguém se lembra que existe, nós só cuidamos dos casos chatos de brigas, multa de trânsito, ladrões de celular e blá blá blá. Nunca acontece nada de emocionante! Por isso eu comecei a investigar esse caso por conta própria, mas o meu chefe não precisa saber disso se não eu estou ferrada já que não tenho permissão para investigar isso. Deixe eu contar o que eu descobri até agora: várias crianças sendo adotadas em vários orfanatos de uma vez, vocês poderiam até pensar " nossa que legal para elas! " Mas aí que está uma pessoa adotou 15 crianças de uma vez em um orfanato, ou essa pessoa gosta muito de crianças ou tem coisa aí e eu só consigo acreditar na segunda opção. Depois de batucar muito essa minha cabeça eu comecei a pensar e tentar achar algum padrão, mas eu não posso sair investigando isso sozinha e ir no orfanato pedir os dados de quem adotou essas crianças porque o caso não é meu e eu não tenho permissão.

Mas então, BOOM!!! uma nova descoberta, eu andei vendo e caçando pela internet prováveis pessoas que poderiam estar suspeitos, descobri um empresário que estava falindo a alguns meses atrás, mas agora ele estava conseguindo recuperar os seus lucros novamente, até aí tudo bem, mas então eu vi que ele fazia doações (bastante recheadas se é que vocês me entendem) para vários orfanatos da cidade, sempre aparecia foto dele com as crianças. Então essa minha cabeça começou a trabalhar, eu posso estar louca e o homem pode ser só uma pessoa que gosta de crianças?? Sim, mas também há uma possibilidade de ele ser um louco que sequestra crianças, afinal não é normal uma única pessoa adotar mais de quinze crianças em cada orfanato da cidade de uma só vez.

Levanto da cadeira e enfio as minhas coisas na minha bolsa, pego mais uma colherada de pasta de amendoim e tiro a caneta que estava prendendo meus cabelos da cabeça saindo do apartamento, tranco a porta e vou correndo até o elevador.

Entro no meu carro e ligo o mesmo, mas xingo quando ele não liga.

- você vai realmente fazer isso comigo hoje Bob? - falo olhando para o volante, sim meu carro tem um nome, ele era um Jeep antigo e usado que meu pai me deu quando eu fiz 18 anos, era bem velhinho mas eu amava ele.

Giro a chave de novo mas ele não liga, xingo e saio do carro, parece que vou ter que andar um pouco.

Saio do estacionamento do meu prédio e vou até a rua, cumprimento o porteiro e saio andando pela calçada. Eu tinha conseguido o endereço do último orfanato que teve várias crianças adotadas e agora eu iria até lá, ter um distintivo e ser uma detetive pode ajudar, todo mundo tem medo de alguém com um distintivo.

Saio dos meus pensamentos com um susto quando uma moto quase passa por cima de mim, olho para o lado e vejo o idiota estacionando a moto perto de onde eu estava, antes de eu tirar o olhar do cara ele levanta o visor do capacete, vejo os olhos castanhos esverdeados e fervilho de ódio quando ele me olha dos pés a cabeça e pisca para mim, paro de olhar e olho para o chão, vejo que com o raspão que ele me deu da moto minha bolsa caiu no chão, pego a bolsa e me levanto, olho para o meu pé e tenho uma brilhante idéia. Vejo quando ele entra numa lanchonete deixando a moto estacionada e eu vou até ela.

Pego um dos meus post It que estava na minha bolsa e anoto, colo em cima do banco da moto, dou um sorriso de lado e enfio a ponta do meu salto no pneu, assobio olhando para os lados como se nada estivesse acontecendo. Quando vejo o pneu totalmente murcho sorrio satisfeita e tiro o salto, bato as mãos como se estivesse limpando e saio dali plena.

Ninguém quase me atropela, pisca para mim e fica por isso mesmo, eu sou Eda Yildiz me respeitem!

-----------------------------------------------------------

Oii, espero que gostem dessa história galera, esse prólogo está pequeno porque é apenas uma pequena apresentação da nossa Eda Yildiz, mas os próximos capítulos vão ser um pouquinho maiores, espero que gostem da história.

Bjs até a próxima, não esqueçam de curtir e comentar <3

𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐀𝐬𝐤 | edser Onde histórias criam vida. Descubra agora