Capítulo 19

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Eda

Puxo o ar devagar e solto no mesmo ritmo, olho para Serkan que estava sentado em uma mesa ali perto, ele pisca os olhos e assente com a cabeça mandando eu ir em frente, assinto de volta e dou o primeiro passo para chegar até a mesa.

Durante o caminho as batidas do meu coração aumentavam a cada passo, não sei se era medo, raiva, ódio, talvez fosse tudo misturado. Sabe aquela sensação de que o nosso coração está batendo no nosso corpo todo? Quando o coração está batendo tão forte que você consegue escutar as batidas e sentir a sua cabeça pulsando junto com os batimentos cardíacos? Eu estava assim agora, o lugar estava cheio de gente, mas parecia que só existia eu, aquela mesa e o homem sentado nela.

Chego na mesa e paro de frente para o homem, ele me olha da cabeça aos pés e aponta para a cadeira, pedindo para que eu sentasse. Junto todas as minhas forças para não colocar minhas mãos no pescoço dele e matar ele ali mesmo. Me sento e olho para ele, o olhar dele é frio, e o rosto não expressa nenhum sentimento.

— diz o que você tem pra mim — ele fala e eu sinto meu corpo tremer quando escuto sua voz grave, espero nunca mais escutar essa voz na minha vida depois de hoje

— eu vi o seu aplicativo e fiquei interessada, eu também gosto de... Praticar esse serviço — falo olhando para os lados para ver se alguém estava olhando, ele levanta as sombrancelhas

— está interessada? — ele fala parecendo surpreso e assente

— então era só participar do aplicativo, ele está lá para isso, por que queria me encontrar? — ele pergunta e eu engulo em seco

— porque eu acho que podemos fazer algo maior juntos, se eu me tornar sua sócia — digo e ele apoia os braços na mesa, mexendo na barba com uma das mãos

— eu gosto de liderar sozinho, não trabalho para ninguém — ele fala e eu assinto

— pense bem — falo e ele arqueia uma sombrancelha — eu tenho algo para te mostrar, mas não posso fazer isso aqui — digo e ele assente

— aonde você pode me mostrar então? — ele pergunta e eu me aproximo um pouco mais dele na mesa

— um lugar onde seja só eu e você, o meu presente é grande... Se é que você me entende — falo e finjo um sorriso, ele sorri de volta

— ok, eu conheço o lugar perfeito, vamos — ele fala se levantando da mesa e colocando o dinheiro do café que tinha pegado

Me levanto junto com ele, ele começa a andar saindo do estacionamento, vou atrás dele e no caminho olho para mesa de Serkan e aponto para frente mostrando que estávamos saindo, ele assente e eu continuo andando. Chegamos do lado de fora da cafeteria e eu paro ao lado dele.

— eu vou no meu carro, me diz onde é o local — falo e ele solta uma risada

— você vai comigo, não posso passar o endereço — ele fala e eu fico surpresa, mas tento não demonstrar.

Isso não estava nos planos.

— mas assim não consigo te mostrar o que eu preciso mostrar — falo e sorrio nervosa, mas não ao ponto dele perceber

— você da um jeito, mas não posso passar o endereço — ele diz e eu engulo em seco, assinto e ele começa a andar indo para o carro dele.

Olho para trás e vejo Serkan com o rosto confuso me esperando na moto, olho para frente e paro na frente do carro, o homem entra no carro e eu aponto para o carro mostrando para Serkan, ele nega com a cabeça e começa fazer gestos exagerados mandando eu voltar e não entrar no carro. Reviro os olhos e falo sem sair som que eu tenho tudo sob controle, ele continua fazendo o show dele e me mandando sair de perto do carro, olho para cima, suspiro e abro a porta do carro ignorando ele. Olho e vejo o homem ligando o carro, olho para Serkan antes de entrar dentro do carro, e então era nós dois.

𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐀𝐬𝐤 | edser Onde histórias criam vida. Descubra agora