Capítulo 2

731 57 15
                                    

Eda

Sorrio e continuo andando pela rua, eu não deveria está fazendo isso, principalmente essa semana. Essa semana, no caso amanhã, eu tenho uma prova para uma vaga no FBI e se eles descobrirem que estou investigando esses orfanatos sem permissão eu estou muito muito fodida, e não vou conseguir meu trabalho, meu maior sonho desde criança era entrar no FBI, preciso ser cuidadosa.

Paro no meio do caminho quando vejo o estabelecimento do orfanato do outro lado da rua.

Aí eu não deveria fazer isso, vou voltar.
Mas e se as crianças estiverem em perigo??? Para de ser medrosa Eda, volta a andar.

Passo uns cinco minutos ali parada sem conseguir decidir. É isso irei voltar outro dia, não posso perder minha chance de entrar no FBI, eu vou continuar isso depois que eu passar na prova.

Dou meia volta e ando em direção ao meu prédio, sinto meu celular vibrar e pego para ver quem está me ligando, vejo o nome de Melo na tela e logo atendo.

— Fala Melo — digo logo que atendo o celular

— só liguei para saber como você está né, se eu não ligar você passa dias sem dar notícias — fala e eu rolo os olhos

— para de ser exagerada, foram só dois dias e você sabe o porquê — digo e desvio de algumas pessoas na calçada

— ainda naquela investigação? Eda Eda, já te falei que isso pode ser perigoso — ela diz e consigo perceber a preocupação em sua voz

— fica tranquila Melo, resolvi dar um tempo nesse caso, eu vou me concentrar na minha prova pro FBI essa semana, e eu sei que vou passar — falo e escuto a risada dela

— acho que ninguém consegue vencer você mesmo, coitado dos outros concorrentes — fala e eu dou um sorriso

— vai lá em casa hoje mais tarde, vou ter que desligar porque tô aqui no meio da rua, beijo — falo quando o sinal para mim atravessar a rua abre

— beijo — ela diz e desliga a chamada.

Melo é minha amiga de infância, nós duas viemos morar em Los Angeles com dezoito anos para fazer faculdade, mas Melo continua pulando de curso em curso porque ela não sabe o que realmente encanta ela, mas comigo foi amor a primeira vista com a possibilidade de virar detetive, e hoje já sou formada.

Passo pelo lugar onde quase fui atropelada, e percebo que a moto ainda está ali com o post it em cima, sorrio de lado e quando vou continuar andando vejo um homem sair da lanchonete, ele vai em direção a moto e franze a testa quando vê o pneu murcho. Ele era alto, tinha os cabelos em um tom de ruivo escuro e a barba rala no rosto, reconheci os olhos castanhos esverdeados de quando ele piscou pra mim mais cedo. Prendo a risada quando ele revira os olhos depois de ler o post it, mas fico séria quando seu olhar se encontra com o meu, desvio o rosto e volto a andar até minha casa, eu não tenho dinheiro para pagar um novo pneu então será melhor eu ir embora antes que ele me alcance.

(...)

Chego em casa e jogo minhas coisas em cima do sofá preto que tenho na minha minúscula sala, tiro minha bota e logo depois me jogo no sofá também.

— pois é Eda, não foi hoje que você conseguiu colocar sua investigação em prática, mas tudo com calma eu vou conseguir — falo comigo mesma, suspiro e me levanto indo tomar um banho.

Continuo com a consciência pesada, se eu estiver certa algo muito errado pode estar acontecendo e eu já tenho meus suspeitos, mas como eu uma mulher de vinte e quatro anos posso chegar e simplesmente acusar um empresário? Não tem como, por isso preciso tomar cuidado com os meus próximos passos e como vou fazer pra conseguir essas provas.

𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐀𝐬𝐤 | edser Onde histórias criam vida. Descubra agora