𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐀𝐬𝐤 | edser

Capítulo 18

Serkan

Abro os olhos confuso e assustado quando escuto barulhos e gritos vindo do quarto do lado, me levanto com pressa e corro até o quarto onde Eda estava. Abro a porta e vejo que ela está gritando e se contorcendo na cama, os olhos fechados, parecia estar tendo um pesadelo. Vou até a cama e tento acalma-la.

— Eda — chamo e coloco as mãos em seus ombros tentando parar ela. Ela continua chorando e gritando.

— Não, não, eu não quero — ela fala entre os resmungos, franzo o cenho

— Eda acorda, você está sonhando — chamo e sacudo seus ombros

— vai embora — ela fala novamente chorando, dessa vez decido ser mais brusco

— EDA! — grito e a levanto puxando ela pelos ombros, ela abre os olhos assustada e olha para mim

— o que... — ela começa mais não termina, ela olha ao redor e depois para mim de novo.

Arregalo os olhos confuso quando ela coloca as mãos no rosto e começa a chorar, os ombros começam a sacudir com força e escuto os soluços abafados que ela tenta tampar com a mão. Me aproximo dela e a puxo para um abraço, acomodando ela no meu peito, enquanto ela chora sem parar.

— tá tudo bem, foi só um pesadelo — falo e passo a mão em seu cabelo, depois pelo seu rosto limpando as lágrimas

Ela aperta seus braços em volta do meu corpo e eu apoio meu queixo no topo de sua cabeça, fico ali com ela o tempo que ela precisa, eu não sairia dali até saber que ela estava bem.

— pode chorar, a noite inteira se quiser, estou aqui por você — falo e continuo afagando suas costas tentando mostrar que estava lá para ela

Ficamos um tempo ali daquele jeito, uns cinco ou dez minutos, não cheguei a contar. Até que a respiração dela começa a se acalmar e ela desaperta os braços da minha cintura, ela sai do abraço e se senta de frente para mim. Pego um copo de água que estava ali na mesinha do lado da cama e levo em sua direção, ela limpa o rosto e pega o copo de água. Ela bebe um ou dois goles antes de conseguir falar.

— desculpa por isso, eu... Eu não tinha pesadelos a alguns dias, eles voltaram por agora, é... realmente me desculpa — ela fala e eu nego com a cabeça, seguro uma das suas mãos

— Eda está tudo bem, não tem nenhum problema — falo e ela da um sorriso sem graça — você está melhor? — pergunto e ela assente, ela aponta para minha camisa e faz uma careta

— eu molhei a sua blusa toda de catarro e choro — ela diz e esconde o rosto entre as mãos, sorrio dela

— pra isso que existe máquina de lavar  — eu digo e ela sorri negando com a cabeça

— você é inacreditável — ela diz e eu dou de ombros sorrindo

Ela suspira e se vira deitando na cama novamente, olho para ela e ela sorri.

— vou tentar dormir de novo — ela diz e eu concordo, me levanto da cama.

Quando faço menção de sair sinto Eda segurar minha mão, me viro e olho para ela que estava olhando fixamente para mim deitada na cama.

— você pode ficar comigo? — ela pergunta e eu levanto as sombrancelhas surpreso

Acaricio sua mão e sorrio para ela, assinto e ela mostra um sorriso tímido  para mim.

Dou a volta pela cama e me deito ao seu lado, viro para ela que estava de costas. Eda vira para mim, deixando o seu rosto bem perto do meu, ficamos olhando um para um outro ali por um tempo. Os olhos dela eram como o paraíso, a cor escura que lembrava uma cascata de chocolates, escuro, mas quando ela olhava para mim era exatamente o contrário de escuro, quando vejo aqueles olhos cor de chocolate parece que tudo se ilumina, o jeito que o olhar dela é penetrante, o olhar misterioso e atento que ela transmitia, os cílios grandes que desenhava perfeitamente os seus olhos, eu poderia passar o dia todo falando de como era fascinante observar os olhos de Eda Yildiz.