Capítulo 9

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Eda

Olho para a rua escura abaixo dos meus pés, olho de novo para a janela e tento escutar algo.

Fazia alguns segundos que ele não fazia barulho, e Serkan não chegava nunca. Pego o celular.

— Serkan, aonde você está? Eu preciso sair daqui — sussurro para o celular enquanto ele está no outro lado da linha, aumento o volume apenas o suficiente para escutar ele falando mas não o suficiente para escutar do apartamento.

— estou chegando, agora fica quieta ele vai te escutar — ele diz ofegante e eu fico confusa, mas não discuto apenas muto o celular novamente.

Escuto passos no apartamento e controlo minha respiração, pelo que eu consigo escutar agora ele está na cozinha.

Ele abriu a gaveta, a segunda gaveta, eu tinha certeza porque ela tinha um rangido diferente. A gaveta das facas.

Arregalo os olhos quando vejo Serkan chegando, ele estava vindo correndo, atravessou a rua e parou em frente ao prédio. Ele parou e descansou um pouco, e pegou o celular provavelmente para falar comigo.

Mas no momento em que eu ia pegar o celular para responder o assassino começou a andar, e eu tenho certeza que ele estava vindo na direção da janela. Tive uma ideia.

Me preparei e cuspi em cima da cabeça dele, ele faz uma cara confusa e limpa o rosto olhando para cima, depois arregala os olhos e consigo ler os lábios dele perguntando o que eu estava fazendo ali. Mas logo ele fica sério, e eu sei o porquê.

Ele estava na janela, e ele sabia que eu estava ali.

Como raios eu ia conseguir sair daqui??? Porque eu fui me esconder logo aqui? Eu fiz uma armadilha para mim mesma. Só tinha um jeito de sair daqui.

Olhei para Serkan e parece que no momento ele entendeu o que eu iria fazer, porque ele começou a balançar a cabeça negando rapidamente, mas eu apenas liguei o microfone do celular e falei.

— eu vou pular, tente me pegar — falo e desligo a chamada.

Vejo ele arregalar os olhos e mexer as mãos dizendo que não, e algo do tipo "você está louca?" Mas era o único jeito de sair dali, a única maneira.

Me preparo para pular, eu não conto ou respiro antes porque quando eu coloco meus pés no ar para pular escuto a janela abrindo. Depois disso foi tudo em câmera lenta.

Quando vou para frente para pular sinto a lâmina da faca raspando no meu braço e escuto o barulho dela se enterrando na parede, minha barriga fica gelada enquanto eu estou no ar, não olho para trás apenas continuo concentrada em tentar cair de uma forma em que eu não iria me quebrar toda.

Olho para baixo e vejo Serkan logo embaixo de mim com os braços estendidos tentando seguir o lugar onde eu iria cair, isso era estúpido ele nunca conseguiria me pegar.

E aconteceu como eu disse, ele não conseguiu me pegar, nós dois fomos de encontro com o chão, sinto seu corpo debaixo do meu e ele geme de dor, e eu faço o mesmo. Continuo deitada sobre ele e sinto sua respiração sobre meu rosto e seu coração batendo forte contra o meu peito. Quando cai eu fechei os olhos e ainda estou com eles fechados, estou com medo de abrir e ver algo que não quero.

Sinto o toque de suas mãos no meu rosto, ele tira uma mexa de cabelo, mas logo arregalo os olhos quando ele aperta minhas bochechas fazendo um bico se formar na minha boca.

— sai de cima de mim! Ele está vindo a gente tem que ir! — ele diz e eu pisco várias vezes antes de tentar me levantar

— espera, espera — ele fala e puxa minha cintura me mantendo em cima dele — você quebrou alguma coisa? Está machucada? — pergunta e eu respiro fundo

𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐀𝐬𝐤 | edser Onde histórias criam vida. Descubra agora