O passado de S/n

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Alerta de gatilho! Se você é sensível a temas como violência, abuso psicológico, abuso sexual, entre outros, sugiro que não leia!

Aviso: Todos os diálogos que aparecem são suas lembranças!

S/n POV's

Minha mãe era muito nova quando me teve, não tinha nem terminado o ensino médio. Vivia num relacionamento abusivo com um alcoólatra escroto que por fora sorria e alegava viver uma vida feliz em um lar repleto de amor.

– Somos uma família muito unida! Não é querida? – perguntou o homem apertando o braço da mulher

– C-Claro que somos! – ela aperta os olhos com a dor e abaixa a cabeça para que não a vejam chorar

Quem dera eu se um terço daquelas palavras de amor  fossem verdade. Não passavam de meras mentiras...

– Mamãe por que você está chorando? O papai te bateu de novo?

Desde bem novinha o vi espancá-la, via o quanto ela ficava machucada e o quanto chorava trancada no banheiro e depois saía com os olhos inchados e o rosto vermelho

– Está tudo bem meu amor! A mamãe só escorregou!

Eu queria acreditar que fosse só aquilo, mas eu via, eu via todas as vezes...

– VOCÊ NÃO VAI EMBORA DESSA CASA! – disse o homem jogando a mulher no chão – SE OUSAR FAZER ISSO VOCÊ VAI APANHAR ATÉ FICAR DEFORMADA!

– POR QUÊ VOCÊ PROLONGA MEU SOFRIMENTO?! POR QUÊ NÃO NE MATA DE UMA VEZ E ACABA LOGO COM ISSO?!

A que ponto as coisas têm que chegar para você implorar pela própria morte?

– Não! Saia de perto de mim! – Grita para afastar o homem de seus toques indesejados

– Se eu disser que você vai me agradar, é isso o que vai fazer, está me ouvindo?!

Naquela noite eu acordei assustada com os gritos de minha mãe... E mesmo tendo apenas 4 anos peguei o telefone escondido e liguei para o primeiro número que vi

– Por favor, chame a polícia! Tem um homem batendo na minha mamãe!

– O QUÊ VOCÊ ESTÁ FAZENDO SUA RATINHA IMUNDA?!  – Gritou tomando o celular da mão da criança

– Você não pode bater na minha mãe! 

– Está me dizendo o que fazer? – ele se aproxima da criança mas algo puxa sua perna

– Querido... por favor... Não machuque a nossa filha! – diz a mulher em prantos

– Ela não precisaria apanhar se você a tivesse criado direito!

– Por fa... – a mullher foi interrompida por um chute

– CALE A BOCA! Eu me acerto com você depois! E você... – disse olhando a menina que estava aterrorizada – vou te ensinar a não se meter em assunto de adultos! –  a garotinha foi puxada para longe da mãe que gritava implorando por perdão 

E eu te pergunto... perdão pelo quê? O que ela fez? O que eu fiz?
Apanhei tanto que mal que por muito tempo mal conseguia me mexer, e minha mãe estava lá, fazendo as coisas de casa como se nada tivesse acontecido... Por quê?

Era assim quase todos os dias, chegou um tempo em que eu não ia mais para a escola, minha mãe não saía mais de casa. Mas eu decidi que arriscaria mais uma vez. Aprendi o número da polícia, eu só tinha que pensar em como fazer para que eles não achassem que era um trote... Então esperei

O baile de máscaras - Levi Ackerman x LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora