Capítulo 13

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Prorroguei minha ida até quarta-feira, que foi o dia que eu não tive escapatória e o Jorge me mandou a passagem junto com o recado de que iria arrancar minhas bolas caso eu não aparecesse na quinta pela manhã.

Levei o Eddy comigo, ele sempre gostou das viagens a negócios e acha o máximo as baladas do Brasil, então como minha cabeça está nas nuvens achei uma boa trazê-lo para ajudar com as anotações e comentários que na maioria são construtivos.

Além de que o Jorge gosta dele também.

Não quis avisar a Jana que estava indo, desde a ligação eu ando ignorando suas mensagens porque estou revoltado demais para querer apaziguar a situação.

Olha o tipo de mensagens que ela anda me mandando.

"Estou com ele pensando em você".

"Só consigo pensar em como sinto sua falta".

"Não aguento essa distância, volta logo para mim".

"Não vejo a hora de ser só sua novamente".

Não me sinto bem com essas mensagens, só me deixam mais pra baixo, toda vez que leio é como se meu coração se quebrasse um pouco mais, então por isso que estou esperando uma quantidade significativa de mensagens não lidas antes de visualizar.

Porque nenhuma era proveitosa.

É esquisito isso, eu sei que a amo e em partes ainda estou fazendo tudo por ela, só que nesse momento eu não sinto vontade de querer participar ou estar perto, sinto repulsa só de imaginá-la mandando esse tipo de mensagem para mim enquanto está ao lado dele.

Se eu parar para deixar o bichinho da paranoia me corroer ela poderia estar fazendo exatamente ao contrário, mandando mensagens para ele quando estava comigo.

A bile vem só de pensar.

A reunião ocorreu bem, o Jorge está animado e sua felicidade normalmente me contagiaria se eu não estivesse muito nervoso e agitado.

- Vamos almoçar lá em casa? A patroa disse que fez o almoço hoje - ele convidou assim que o pessoal do marketing foi embora.

- Eu vou ter que ir para Sorocaba ver a obra - dispensei o convite enquanto respondia o Alex por mensagem avisando que já estava a caminho.

- Eu aceito o convite, não quero ficar mais duas horas no carro com esse mal-humorado - o Eddy quem me dispensou e eu levantei uma sobrancelha para ele.

- Está demitido - rosnei.

- Sei que é da boca para fora, você não vive sem mim - se gabou mexendo sem parar no tablet, reagendando uma nova reunião com o marketing para daqui três semanas.

- Se ele te dispensar você pode vir para mim - o Jorge aproveitou para tentar pegar meu funcionário, de novo.

- Para de tentar roubar meu funcionário, na minha cara ainda - reclamei me levantando e arrumando a camisa social. - Bom almoço para vocês, eu vou lá ver meu sonho que está virando pesadelo - me despedi saindo da sala antes que alguém fizesse algum comentário.

Fui o caminho todo ouvindo Raul Seixas com a esperança de amenizar as batidas do meu coração, quando digo que é uma droga essa merda de amor é porque é uma droga mesmo.

O Alex estava me esperando e abriu um sorriso quando desci do carro, a base da casa já estava sendo construída e o sonho tomando forma, havia alguns pedreiros descansando de baixo de uma árvore, uma tenda onde alguns almoçavam e outros que trabalhavam de baixo do sol quente.

Fizemos um pequeno tour pela construção, a casa teria mais de quinhentos mil metros de área construída e quase cinquenta homens trabalhando noite e dia para entregar no prazo estipulado. Palavras do Alex, mas eu acho que é um pouco de exagero da parte dele.

Infinitamente MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora