Capítulo 30

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— O que você acha do Lívio trabalhando na agência? Meio período.

Perguntei para a Jade enquanto a observava terminar a série de agachamento sumô na máquina. Estávamos na academia e coincidentemente nosso treino calhou de ser posterior de coxa — isso é o que eu disse para ela, já que quando cheguei e a vi com aquele top e shortinho colado meu coração quase saiu pela boca.

Então mudei meu treino de costas para posterior, mas eu sei que você não vai dedurar.

— Por que? — questionou ofegante depois de terminar a série.

— No aniversário dele você disse que eo Lívio precisa aprender o valor do dinheiro, então pensei que poderia começar trabalhando em um lugar conhecido e... Perto de mim — ela lançou aquele olhar analítico e sei que estava ciente da minha verdadeira intenção.

Passar mais tempo com meu filho.

— Pode ser uma boa ideia — ela pegou a toalha e passou primeiro na testa, descendo para o pescoço e indo para o colo, aguçando minha imaginação.

Eu fodendo-a de jeito contra aquela máquina não seria nada mal.

Foco Otávio, foco.

— Como sei que você é cricri, pensei em deixar ele com o Eddy, aprendendo o básico, arquivando coisas, mexendo em planilhas, nada demais e perto o suficiente da minha supervisão — expliquei e ela entortou os lábios pensativa.

— Mas nada de pagar valores absurdos para ele.

— Estava pensando em uns três mil — pelo seu olhar percebi que falei besteira. — Dois...? — ela os cerrou. — Mil?

— Você não tem a mínima noção mesmo — resmungou voltando a fazer o exercício.

— Eu vejo com o RH — decidi e ela soltou uma risada no meio do exercício.

Desviei o foco da sua bundinha naquele short apertado e fui fazer outro exercício para distrair a mente da ideia de me enfiar de novo no meio daquelas pernas delineadas e marcar sua pele com meus dedos.

Depois da musculação barra sessão de tortura, voltei para a casa e trabalhei de lá mesmo, essa semana foi uma correria por causa do escândalo do jogador de futebol infiel e estou de saco cheio de falação na minha orelha.

Minha sorte é ter o Eddy para segurar as pontas por lá.

A tarde passou rápido e quando prestei atenção no horário já estava atrasado para pegar o Lívio na casa dele para irmos até o cinema.

Corri me trocar e ignorei as mensagens dele dizendo o quanto sou desatento e enrolado.

— Qualquer coisa pegamos a próxima sessão — falei depois da quarta reclamação a caminho do shopping.

— Vamos ter que pegar mesmo, a sessão já começou.

— Bom que não preciso correr — pisquei diminuindo a velocidade. — Que milagre aconteceu que a sua mãe recusou nosso shopping? — perguntei descontraidamente para puxar assunto.

— Ela saiu com um cara — contou e eu acabei engasgando com minha própria saliva.

— Como assim saiu com um cara? — repeti nervoso.

— Saiu com um cara ué, tipo encontro, essas coisas — desviei o olhar da estrada para o meu filho e ele mexia despreocupadamente no celular.

— Você não pode deixar sua mãe ficar saindo com esses caras — reclamei.

— Como não?

— Não pode Lívio, simples assim — apertei o volante tentando controlar essa vontade repentina de bater em alguma coisa.

Infinitamente MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora