Eram 3h12 da manhã quando Wesley percebeu o sinal em uma das janelas do último apartamento à direita do prédio lá no 4º andar. Ele desceu do veículo preto e passou pela entrada do edifício. Não viu pessoas pelas ruas naquele momento, o que o fez se sentir mais confiante para a ação. Subiu pela escadaria e passou pelo corredor, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Chegou frente ao apartamento e bateu à porta, evitando a campainha.
Dentro da residência, o rapaz se levantou e foi até a entrada, olhando pelo olho mágico. Assim reconheceu o coiote.
— Meu Deus! Tu não dorme? — comentou ao destrancar a porta. — Não temos o dinheiro ainda e estamos dentro do prazo que nos deu.
O homem nada falou e manteve o olhar fixo em Antônio, que trajava pijama e estava sonolento. Este olhou para o homem calado e se intrigou:
— O que foi? Não vai dizer nad...
Ele cessou o que falava ao perceber Wesley dar um passo para trás, o que foi suficiente para a passagem de alguém que empunhava uma pistola com silenciador. O primeiro disparo atingiu Antônio no meio da testa, o segundo no olho e o terceiro no pescoço. Diana, que bebia água na cozinha, viu o corpo do marido tombando para trás, enquanto jatos de sangue chapiscavam as paredes do estreito corredor de entrada. Ela correu para cima do esposo, tentando socorrê-lo, quando foi atingida por dois disparos na têmpora e, assim que caiu, um último na nuca.
Os dois homens esperaram alguns instantes, ouvindo qualquer movimento a mais no apartamento. Constatado não haver mais ninguém, Wesley entrou, fechou a porta e comentou:
— Me agrada o seu trabalho. Nunca gostei daqueles que atiram a esmo. Acho falta de profissionalismo. — falava enquanto aguardava o sangue parar de esguichar.
— Deve ser por isso que nunca me prendeu.
— Também. Também.
— Confesso que eu gosto de eficiência. — Galego segurava o corpo da arma, sentindo-lhe a temperatura. — Gastou poucas balas, estresso menos a arma e chance de sobrevivência é quase zero.
— Sem contar que dá um trabalhão pra gente fazer a análise.
— Sem falar nesse detalhe.
Ambos riram, mas Wesley já vasculhava o imóvel e o comparsa fez o mesmo.
— Droga! Cadê o dinheiro? — Reclamou depois de revirar o apartamento quase todo.
— Mas eles tinham a grana mesmo?
— Sim! Cada um trabalhava em dois empregos e, como imigrantes, não poderiam ter uma conta bancária. O dinheiro tem que estar aqui em algum lugar. — olhava para os lados tentando raciocinar: — A não ser que a piranhazinha...
— Só me mostra que eu dou um jeito nela. — Galego acariciou a pistola.
— Não! Não! Essa você deixa comigo.
O atirador deu com os ombros e começou a desenroscar o silenciador da ponta da arma.
— Que fazemos agora?
— Vamos dar mais uma olhada e...
Wesley cessou a ordem quando ouviu o barulho da portaria sendo aberta.Ele sinalizou para o comparsa e ambos saíram, abandonando o que faziam. Para ocoiote o dinheiro seria bom, mas ele queria outra coisa que, naquele instante, nãoestava ali.
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BOIN - Amor das Profundezas
RomansaMissões, missões, missões. Boin se entediava, tanto com o tempo gasto, como com o seu papel nelas. Por isso que nelas, buscava se distrair de todas as formas, mas nem sempre conseguia. É quando conhece Pedro. Não! Espera... Ela não conhece Pedro, el...