Capítulo 34

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"Um véu negro sobre o meu rosto; Estado de espírito: inferno!; Transformando quem eu sou; O tempo passa em slow, eu tento continuar; E o maldito peso nos meus ombros não me deixa andar; Tua ausência ainda me assusta, não mais que meus pensamentos;

(...)

Aura negra, tempo ruim; Tá tudo escuro; A raiva me carrega, me atira contra o muro; Segredos na minha mente que no peito não cabem; Eu queria ser Jekyll, acabei sendo Hyde." - LetoDie

Antes...

OPescador

Dirijo com meu carro por uma avenida que levava até o meu galpão. Aquela raiva de mim mesmo brotava em minha alma e embasava minhas vistas, me lembrando do que eu havia feito. Reduzo a velocidade do veículo, pois não dava para dirigir no estado emocional que eu estava ou iria acabar fazendo alguma merda. Assim que encontro um bom lugar, eu paro o carro no encostamento.

Uma explosão de fúria domina meu corpo e eu desfiro socos violentos no volante. Ouço a voz da Lya na minha cabeça me mandando ir embora, e aquilo me enfurece. Era tudo culpa minha. A voz dela persistia em minha cabeça, me deixando maluco.

- Cala boca! Cala boca!

Tampo meus ouvidos com as duas mãos, tentando de alguma forma evitar ouvir os pensamentos. Mas eu sabia que era impossível, porque estava tudo dentro da minha cabeça. Vou fazer isso parar agora!

Abro o porta-objetos do carro e tiro um revólver de lá. Aponto ele para minha cabeça e me encaro no retrovisor do carro. Já havia perdido a conta de quantas vezes apontei uma arma para mim mesmo. Meus olhos estavam vermelhos, transbordando fúria. Vejo a arma encostada na lateral do meu rosto pelo espelho. Percebo que isso era uma idiotice e a jogo no outro banco da frente.

Eu não posso me matar, não ainda. Não terminei meus objetivos. Isso. São eles que me fazem continuar vivo. Só falta mais um, e eu mesmo farei isso.

Ouço a voz da Lya na minha cabeça de novo.

- Me deixa em paz! Cala boca! Isso foi culpa sua! Eu te disse! Mas você se aproximou de mim! Você sabe que eu não queria...

Um homem bate no vidro do carro, me despertando da loucura de minha mente.  Abaixo o vidro e o encaro, percebendo que era um vendedor.

- Está tudo bem aí? - Ele pergunta.

- O que você quer?!

- Tô vendendo umas coisas aqui. - Ele suspende uma caixa de isopor. - Tem paçoquinha, refrigerante, suco, água...

Ligo o carro e acelero para longe dali, antes que eu pegasse minha arma novamente e a descarregasse todas as balas na cara daquele homem.

Quando finalmente chego em um galpão afastado, que eu chamava de "casa". Entro pela garagem e deixo meu carro estacionado em meio a muitos outros.

Puxo uma porta de ferro que abria para o lado, e adentro o local. Ele possuía somente um cômodo contendo uma cama grande e uma mesa. Havia uma escada de ferro ao lado que subia em espiral e levava até onde a mágica acontecia. O lugar onde ficavam meus computadores e objetos de grande valor.

Arranco minha camisa e me jogo na cama. Sabia que não conseguiria dormir, mas mesmo assim eu me deitei. A muito tempo eu não dormia como dormi na casa da Lya... olha eu lembrando dessa desgraçada de novo. Que inferno!

- Sai da minha cabeça! - Passo minha mão no rosto.

Salto da cama e vou até o banheiro, abro o vidro no espelho e pego um dos milhares de remédios que eu tinha. Muitos deles eu não tomava a anos, provavelmente já até pararam de fabricar de tão velhos que são. Acho que isso já é exagero da minha parte. Tomo uns 3 para me ajudar a dormir, e volto novamente para minha cama. Não demora muito para fazer efeito e eu apago.

Amor Assassino - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora