Capítulo 7

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Assim que percebo que o homem da máscara branca se foi, corro desesperadamente até meu celular. Começo a digitar o número da polícia, toda hora errava por causa das minhas mãos trêmulas, e porque manchei a tela com o sangue que cobria meus dedos. Quando finalmente consigo digitar o número certo, eu travo na hora de apertar para chamar. Seria mesmo uma boa idéia ligar para a polícia? E se eles começassem a investigar minha casa e achassem algo... Como as coisas que estão no meu porão? Lá tem provas suficientes que podem me pôr na cadeia... porra, o que eu vou fazer?

Olho em direção ao chão, onde estava o corpo do homem da máscara de gás. O cara que me estuprou está morto, já o outro não fez nada comigo. Qual o motivo para chamar a polícia? Como vou explicar para eles que o próprio cúmplice do estuprador arrancou sua cabeça? Isso não faz sentido algum! Não posso ligar para a polícia, terei que me virar sozinha. Porra!

Após me cobrir com um roupão de banho, levo o corpo e a cabeça para o meu porão, juntamente com todos os panos banhados em sangue que usei para limpar o meu quarto. Lá eu tinha o equipamento necessário para me livrar dele e de qualquer vestígio. O coloco dentro de uma banheira de plástico, com um pouco de água misturada com formol. Em seguida jogo ácido, soda cáustica e outros produtos químicos na banheira, para que o corpo fosse completamente dissolvido, e não restasse mais nada.

A máscara de gás ainda estava em minhas mãos pronta para ser jogada na banheira e ter o mesmo destino que o corpo, mas algo em minha mente me impediu que eu a jogasse ali de imediato. A seguro com as duas mãos, e a encaro pensando nas coisas que aconteceram. Ando até o outro lado da sala, e a penduro em uma parede de grade, onde deixava minhas ferramentas. Lá estava a única coisa que restava do maníaco que me abusou, e que agora nada mais é do que um líquido gelatinoso e vermelho. Ele lutou contra mim, e perdeu. E esse será o destino de todos que tentarem fazer algo parecido, inclusive aquele tal de Pescador.

Com um mecanismo parecido com o de um vaso sanitário, aperto o botão e os restos que sobraram do homem descem pelo cano direto para o esgoto, onde ninguém nunca mais o veria. Vou em um banheiro naquele mesmo cômodo me lavar de todo o sangue que me cobria. Tive cuidado com cada detalhe, até mesmo debaixo das unhas. Ao sair do banho, visto uma calça jeans cinza clara com uma blusa preta de alça.

Enquanto esfregava meus cabelos com a toalha, ouço um barulho na parte de cima. Desconfiada que pudesse ser o homem da máscara branca de novo que voltou para terminar o serviço, corro até meu armário de armas, e apanho um revólver calibre 38.

Subo com a arma apontada para frente, mas com o dedo fora do gatilho. Passo pela sala e vejo minha porta aberta. Dou uma olhada em meu relógio de pulso, e já eram 07:19 da manhã. Continuo a vasculhar minha casa atenta a todo e qualquer barulho, ouço um ruído vindo da cozinha e aponto minha arma para mesma direção.

- Eu sei que você está aí! Saia agora!

Passos apressados vem até mim, e um cara com a mesma máscara branca aparece na porta da cozinha. Quando ele vê que estou armada, logo diminui os passos até parar e levanta os braços na altura dos ombros.

- Quem é você?! - Levo o dedo ao gatilho.

- Espera!

O homem estica uma das mãos abertas para frente, insinuando que eu esperasse, e com a outra, ele leva ao rosto retirando a máscara.

- Mason?? - Me surpreendo ao vê-lo. - Como entrou aqui?

- Calma, Lya! - Ele responde ainda com as mãos levantadas.

- Porque está usando essa máscara?? - Continuo a apontar a arma pra ele. - RESPONDA!

- Eu vi alguém deixando isso na sua varanda e notei que a porta estava aberta, fiquei preocupado e entrei!

Amor Assassino - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora