Capítulo 42

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Continuação...

1997

OPescador

Abro meus olhos e dou um salto da cama. Logo percebo que estou em um lugar que desconheço. Porém, bem mais diferente e aconchegante do que o lugar anterior em que me prenderam no orfanato. Tudo parecia muito caro, cada móvel e objeto.

Eu me levanto e passo pela porta olhando o longo corredor de piso de madeira. Caminho por ele e chego até o fim, dando de cara com uma escada de mármore branco descendo em espiral. Tinha uma grande janela de vidro que acompanhava a descida da escada até o andar de baixo, e pude ver um gramado verde do lado de fora e alguns coqueiros. 

Desço a escada, olhando atentamente para todos os lados. Sinto um cheiro bom vindo de algum lugar. Me lembro de que eu ainda não tinha almoçado, pois sai cedo de casa, estava morto de fome. E por puro instinto, sigo o cheiro.

Ao me virar em uma grande porta branca aberta, me deparo com uma cozinha, e meu olhos vão direto para o fogão, onde haviam várias panelas em cima dele saindo fumaça. Eu caminho em direção a elas até ser surpreendido por alguém que estava na cozinha também, e eu não tinha percebido.

 Eu caminho em direção a elas até ser surpreendido por alguém que estava na cozinha também, e eu não tinha percebido

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- Que bom que acordou. - Ryan fala de costas para mim. - Pelo visto está com fome, veio direto pra cá. - Ele se vira e aponta para uma cadeira que ficava de frente ao balcão. - Por favor, sente-se. - Me sento. - Alex me contou que se saiu muito bem no seu primeiro serviço. Mas poderia me contar o que aconteceu com você? Tem sangue na sua blusa.

- O cara não deu o dinheiro todo, então eu entrei na casa dele e peguei.

- Só isso? E esse sangue veio de onde? É seu?

- Não. Eu... minha faca entrou na barriga dele sem querer...

- Sem querer... Sei.

- Sério! Eu não queria fazer aquilo...

- Não se preocupe com isso, Ben. Ninguém aqui vai te julgar por nada. Você fez o que tinha que fazer.

- Mas isso não é certo.

- Às vezes precisamos quebrar as regras para conseguirmos o que queremos. E também, você não estava fazendo algo "certo" quando nos conhecemos.

- Mas foi diferente...

- Não. Não foi. Errado, é errado. Não importa o que seja. É como mentir. Uma mentira, por menor que seja, não deixa de ser uma mentira.

- Então o que é certo?

- O certo é relativo. Verá que o certo para você pode não ser o certo para outra pessoa. Então o que você fez com aquele homem foi para o seu bem. Então você não está errado, simplesmente precisou fazer. Entendeu?

- Acho que sim.

- Apenas me responda uma coisa. Como se sentiu quando enfiou a faca na barriga dele?

Amor Assassino - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora