Mais tarde naquele mesmo dia, recebo as informações que o Pescador havia me falado. Nelas continham fotos da vítima, idade, nome, endereço e tudo que ele conseguiu descobrir sobre ela.
Eu ainda tinha muitas dúvidas, fiquei nervosa demais para perguntar o que eu queria ao Pescador quando ele apareceu de repente em minha casa. Agora que eu estava mais calma, resolvo chama-lo.
Chat/On
Quero saber pq matou o Stanley? :Lya
Pescador: Aqui não é lugar de falar sobre isso, alguém pode ler suas mensagens, sabia?
Foda-se. Me diga logo, pq o matou? :Lya
Pescador: Lya, depois que você fizer o serviço que eu te dei, podemos falar disso, pessoalmente se preferir.
Okay. :Lya
Chat/Off
Me visto com roupas pretas e coladas, sem nenhuma fivela ou fecho, nada que pudesse fazer barulho e me atrapalhar. Não tinha uma mascara como a do Pescador para esconder meu rosto, mas a blusa que havia vestido para essa missão, tinha uma gola cumprida perfeita para usar no inverno, e quando eu a puxo ela cobre até um pouco acima do nariz.
Subo na moto e vou até o endereço combinado. Estaciono minha CB na rua de trás da casa que estava meu alvo, e tampo a placa dela antes de agir, pois depois daquele vídeo do Pescador, não iria correr mais nenhum risco.
Pulo o muro que dava em um lote vago atrás da casa, nele tinha uma árvore e montanhas de areia e brita, provavelmente estavam reformando algo. Eram 19:30, o horário combinado. Me esgueiro no escuro me aproximando da casa, até que uma mão circula meu rosto tampando minha boca e me puxando para trás, me colocando contra o muro. Quando olho, me deparo com a máscara do Pescador, ele leva seu dedo aos lábios falsos do rosto branco insinuando silêncio, e logo me solta e eu o empurro.
- Que porra você tá fazendo aqui?? – Digo sussurrando.
- Quero ver de perto você agindo, as câmeras não costumam pegar todos os cantos da casa.
- Só pode estar de brincadeira comigo... não me atrapalhe.
- Essa é a última coisa que eu iria fazer.
Ignorando o fato de ter alguém me observando enquanto faço algo que sempre considerei íntimo, ponho meu plano de assassinato em prática.
Entro na casa após usar um objeto pontiagudo na fechadura. A porta dos fundos dava direto na cozinha, então me esgueirei pela bancada e observei em volta.
Ouço passos vindos do corredor que passava pela cozinha e que provavelmente levava aos quartos. Minha vítima poderia estar em um deles, mas só teria certeza se investigasse. Ao olhar pela janela da cozinha, vejo aquela mesma máscara branca infernal me observando. Ele não estava brincando quando disse que queria me ver agir.
Continuo meu caminho até os quartos, devagar e com cuidado feito uma gata. Olho pela quina da porta e vejo um homem de cabelos grisalhos, vestido com uma calça social preta e uma blusa branca. Ele estava arrumando sua cama de costas para a porta. É a minha chance. Quando me preparo para avançar em cima da minha presa, a maçaneta da porta que ficava de frente para o quarto do homem começa a girar e ele olha para trás, eu deslizo para dentro de um armário que ficava no mesmo corredor. Ufa! Essa foi por pouco!
- Papai... - Uma garotinha com aparecia de 4 anos sai de dentro do quarto, e o homem a pega no colo bem no corredor, eu observava tudo pela quina da porta do armário entreaberto.
- O que foi? Não consegue dormir?
- Não, eu vi um fantasma na janela. - Aposto que foi o Pescador. - Posso dormir com você?
- Claro, meu amor, venha. Papai já está deitando também.
- Filho da puta! - Sussurro para mim mesma dentro do armário. Ele está tentando me fuder, eu sabia.
Meia hora se passou, e eu já estava começando a soar dentro daquele armário, só que finalmente minha vítima apagou as luzes e se deitou com sua filha pequena. Merda! O que eu faço agora? Não posso mata-lo na frente da sua filha..., mas se eu não fizer isso minha vida vai por água abaixo... Pensa, Lya, pensa... ahh, que se foda essa merda!
Saio do armário com determinação no que eu iria fazer, e entro no quarto dando um soco no apagador, a luz se acende, e minha vítima desperta com um pulo, juntamente com sua filha. O olhar assustado dela me faz paralisar. Eu olhava para ela e para o pai, a faca já estava em minhas mãos, eu só tinha que ir até lá e cortar a garganta dele, e fim da história. Vamos, Lya, saia do lugar, rápido!
- O que você quer?? - O homem pergunta assustado, e agarra sua filha que logo começa a chorar. - Não nos machuque, por favor! Minha filha está aqui!
Lembranças da minha infância me vêm à cabeça, e me vejo no lugar daquela garotinha, sinto uma forte inveja e angústia por ela. Aquilo me enfurece de alguma forma e parto para cima do homem. O pego pela garganta com uma das mãos e ele segura meu pulso que esmagava sua traqueia, e com a outra mão que segurava a faca, eu enfio bem embaixo do seu queixo e torço. Fazendo tudo isso rapidamente, antes que ele pudesse agir contra mim para se defender. A menina se debate, e puxa a manga da minha blusa chorando.
- Para! Para! Para! - Ela implorava derramando lágrimas desesperadas.
Eu a empurro com a mão, fazendo-a largar meu braço. O pai dela estava morto, e meu trabalho estava feito. Dou de costa sem olha-la e vou em direção a porta até dar de cara com o Pescador que me cerca. Eu só queria sair daquele lugar o quanto antes.
- Ainda não acabou. - Ele fala me encarando.
- Você me pediu para matar aquele homem, não havia nenhuma parte em que falava de matar a garota também. - A garotinha continua a chorar e sacudir seu pai enquanto decidíamos seu destino. - Sai da minha frente. - Ordeno impaciente.
O Pescador permanece no lugar, até levantar um de seus braços com uma pistola silenciada e atirar na cabeça da menina por cima dos meus ombros. O barulho do tiro me faz tremer por um segundo. Não acredito que ele teve coragem de atirar nela. Assim que ele abaixa a mão com a arma, ele me dá passagem pela porta, e saio rapidamente sem olha-lo.
Estava livre dele finalmente. Era só nisso que eu queria pensar, pois sabia que não conseguiria apagar o rosto daquela criança tão cedo da minha memória, não depois de me ver no lugar dela, sendo protegida de alguma forma pelo pai. Algo que para mim não era normal, pois nunca tive isso. Esse tipo de proteção masculina.
Isso me fez recordar muitas coisas do passado, principalmente em relação aos meus pais que foram mortos. E esse trágico acontecimento fez com que eu me tornasse quem sou hoje. Uma mulher independente e madura como qualquer outra, porém, com algumas peculiaridades a mais...
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"Algumas peculiaridades" haha sei
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Amor Assassino - Vol. I
Action{AUTORAL - PLÁGIO É CRIME!} Livro de total autoria, porém, pode conter diversas referências. {ATENÇÃO} Esse livro é de conteúdo ADULTO, por conter linguagem imprópria, violência extrema, conteúdo sexual e assassinato. Todas as informações citadas sã...