Capítulo 10

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Antes...

2011

(Nota no papel)

Após 3 anos de procura, eu finalmente encontrei os desgraçados que mataram minha família. Essa polícia de merda, com seus agentes de merda nunca descobriram os culpados, mas eu os encontrei, e agora eles iram sentir na pele o meu ódio.

E será essa noite.


Olho no meu relógio de pulso e marcavam 20h21. Começo a subir as escadas do apartamento em que eu havia me infiltrado, localizado em umas das partes mais isoladas e perigosas da cidade, via-se muitos viciados e traficantes por aqui. A polícia já não atendia aos chamados vindos dessa região, pois os "tiras" não eram bem-vindos. Lugar perfeito para assassinos, principalmente, os que eu procuro.

Estava vestida com uma calça jeans escura, e um AllStar preto. Minha blusa de frio com capuz azul escuro escondia minha identidade, parecia uma viciada como muitos outros. Minhas mãos estavam escondidas dentro dos bolsos da blusa, conseguia sentir elas tremerem. Estava nervosa, pois nunca tinha feito algo assim antes, mas o meu ódio me fazia continuar.

Quanto mais eu me aproximava do quarto mais eu ia ficando ansiosa. Preciso me controlar. Suspiro. O prédio estava repleto de câmeras, e eu já sabia que me veriam chegar, estava contando com isso.

Finalmente encontro o 7° andar. Olho para o corredor em ambos os lados, direta e esquerda. Um lado estava completamente escuro com as lâmpadas queimadas, enquanto o outro estava um pouco iluminado por uma única lâmpada piscando, provavelmente não duraria muito também. Vou em direção ao corredor escuro, e uma das portas se abre lentamente, deixando a luz de dentro iluminar uma parte da escuridão.

Um homem com uma bandana na boca sai de dentro do quarto. Eu estava parada no meio do corredor, com minha cabeça abaixada, deixando o capuz fazer o trabalho de esconder o meu rosto, enquanto minhas mãos trêmulas permaneciam dentro dos bolsos. O homem olha para dentro do próprio quarto depois olha para mim de novo.

- Aqui não tem nada para você! Vaza! – Ele ordena, mas permaneço no lugar.

Ele me encara esperando que eu me vire para ir embora, mas faço totalmente o contrário, começo a caminhar devagar em direção a ele. O cara saca uma pistola da cintura e aponta para mim, caminhando rápido ao meu encontro.

- Tá afim de morrer, seu merda?! Já disse que aqui não tem nada para você! – Ele continua se aproximando até encostar a arma em minha cabeça me ameaçando, depois me empurra com a mão. – Vaza, caralho!

Tiro minhas mãos devagar dos bolsos, e as levo até o meu capuz, revelando o meu rosto. O homem se surpreende, não esperava que fosse uma mulher. Ele olha para os lados e atrás de mim, procurando por mais alguém, e quando não vê nada, me apanha pelo braço e me leva para dentro do quarto, trancando a porta logo em seguida. Não pensei que seria tão fácil... homens... não resistem a um par de peitos.

Ele me joga em uma cama desarrumada e um pouco suja, o barulho dela chama a atenção do seu companheiro que aparece onde estávamos logo em seguida.

- Que porra é essa aí? – O de cabelos castanho claro que acabou de chegar no cômodo pergunta sem entender.

- Ela estava no corredor, deve ser alguma puta perdida por aí.

- Qual foi, mano?! E a parte em que o chefe disse para não deixar ninguém entrar aqui?

- Relaxa, meu! Logo essa vaca vai embora. Quando eu terminar com ela, deixo um pouco pra você se quiser.

O homem parado na porta olha com desaprovação para o amigo e para mim, depois acena com a cabeça.

Amor Assassino - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora