Capítulo 11

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Meses depois...

Meses se passaram, e continuei minha vida normalmente. Ia para a faculdade de manhã, fazia exercícios a tarde, e a noite ia curtir no bar da Beth, uma barwoman que conheci recentemente. Ela era uma comedia quando se tratava de lidar com homens bêbados, tinha a estatura de uma mulher forte e brava, mas no seu interior era super amável, pelo menos comigo.

Depois de todos esses meses que se passaram depois "daquilo", a paz interior que eu havia conquistado com tanta dificuldade foi desaparecendo aos poucos, chegando ao ponto em que eu sentia que faltava algo. Era como se a necessidade de vingança voltasse novamente. Nada que eu fazia preenchia aquele sentimento estranho, como se houvesse uma bola de vácuo em meu peito que precisava ser preenchida por algo. Eu tentei de tudo, tudo o que eu consegui imaginar, mas nada adiantou. Chegou uma época em que eu já não conseguia mais me concentrar na faculdade, pois aquela necessidade estranha queimava como fogo dentro de mim, e eu não tinha noção do que poderia ser.

Jogada em meu sofá ao anoitecer de um domingo, apanho meu celular entediada, e passo a olhar minhas fotos que havia tirado na faculdade com uns colegas insignificantes de classe. Nada de mais me chamou a atenção ali no momento, até eu encontrar a foto que tirei da mensagem no dia que assassinei aqueles dois homens. Havia me esquecido completamente dela, porque eu realmente não tinha interesse nenhum de adentrar nesses sites doentios. Os três serias ainda estavam lá, nunca usados, então parei para pensar, e olhei para o meu notebook jogado no sofá aos meus pés. Será?

Rapidamente o apanho e baixo o navegador Tor, assim que ele termina de baixar, eu o instalo e ele abre automaticamente. Não perco tempo em pôr o primeiro serial na barra de pesquisa, aperto "enter" para carregar a pagina com um pouco de aflição. Não tem o mínimo de chance disso funcionar, na mensagem diz que eles ficariam apenas 5 horas disponíveis.

Minha curiosidade me fez insistir por alguma razão que eu não me importava agora. A página não carrega, que surpresa... Tento o segundo serial, e o mesmo acontece: "pagina indisponível no momento". Penso em desistir, largando o notebook de lado, até observar o terceiro e último serial. Vamos Lya, que mal poderia acontecer? Aparecer algumas páginas com pessoas ensanguentadas e estripadas? Pfff ... Bufo melancólica.

Pego o terceiro e último serial, e ponho na barra de pesquisa, aperto o "enter" com hesitação, e me surpreendo imediatamente quando a página carrega e abre diversas outras no mesmo navegador. Por um instante me desespero, e tento fechar todas, mas elas aparecem uma mensagem escrito: "tem certeza que deseja fechar essa página?", e aquilo me dá mais agonia ainda, pois eu sinto que havia acabado de abrir as portas do inferno. Sem controle mental para fechar todas, eu fecho o notebook com uma força considerável e o isolo no fim do sofá, me levanto rapidamente, estava um pouco assustada e minhas mãos tremiam. Maldita ansiedade! Pego minhas chaves e carteira, e saio para rua a pé, em direção ao bar da Beth que ficava a alguns quarteirões da minha casa. Preciso de uma moto! Não aguento mais andar a pé!

Ao chegar no bar peço Beth um copo de água, pois estava muito cansada da caminhada que fiz em apenas 4 minutos. Ela me olha de forma preocupada, parecia uma mãezona, porem eu já estava bem grandinha para precisar de uma mãe agora.

- O que houve? Você está pálida.

- Vim correndo... - Respiro profundamente, ainda tentando recuperar todo o folego que eu havia perdido na corrida até o bar. - Não se preocupe, estou bem. - Sorrio falsamente para evitar mais perguntas.

Ela pareceu convencer-se com meu sorriso, e foi logo atender outro cliente que acabara de chegar e se sentar no outro canto do balcão. Ainda bem, não queria ninguém do meu lado nessa hora de agonia.

Amor Assassino - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora