Capítulo 1

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Oito anos depois...

2016

Aqui estou eu, logo as 04:30 da manhã correndo pela casa preocupada com o trabalho. Pego minhas coisas rapidamente em meu quarto e desço para a garagem, monto em minha moto e saio como um relâmpago para o Hospital Veterinário de Toronto.

Recebi uma ligação urgente de que um dos tigres dourados estava com um coágulo no sangue, e que se não fosse rapidamente removido iria acabar parando no coração, o que provavelmente poderia acarretar em sua morte. Eu como uma das veterinárias mais competentes no trabalho, me ligaram o mais rápido que puderam para que eu fosse ajuda-los no procedimento.

Faz apenas um ano que me formei nessa maravilhosa profissão e estou me virando muito bem nela. Desde que perdi meus pais, ao contrário de qualquer outro adolescente que talvez iria se drogar ou até mesmo cometer suicídio, ergui a cabeça e investi toda a fortuna que eles tinham em meus estudos e futuro profissional. Não me envolvi com ninguém desde aquela época, muito menos fiz amizades verdadeiras ao qual viriam me visitar em minha casa. Somente tenho os colegas de trabalho e nada mais. Era melhor assim, evitava perguntas e explicações desnecessárias, e o medo de me apegar e perder essas pessoas, como perdi os meus pais, me consumia por dentro.

Ao chegar no hospital, corri depressa para a sala de cirurgia e antes de tudo, obviamente, fiz minha grande e rápida higiene das mãos e vesti meu jaleco com as luvas. A operação foi tensa, mas como uma médica veterinária bem-sucedida, o animal ficou estável e agora está sob observação em uma jaula separada dos outros tigres.

Durante toda a manhã tive muitos afazeres, mas consegui fazer o suficiente para ter tempo de almoçar, porque as vezes realmente não dá tempo. Vou até a cantina do hospital, pego um prato e me sirvo de cereais, saladas e carne, uma alimentação rica em nutrientes e proteínas para quem precisa ficar na correria o tempo todo. Pego um suco de maracujá e me sento afastada de todos.

Outros médicos sempre tentam se entrosar comigo, mas as vezes eu não tenho muito a dizer, principalmente quando estou comendo e prefiro comer em paz. Porém alguns não compreendem isso, como o Dr. Daniel que está se aproximando da minha mesa nesse exato momento... E ele se sentou... que ótimo.

- Como vão as coisas, Dra. Lyanna?

- Ótimas. - Respondo rapidamente esperando que ele vá embora logo - E com você?

- Melhor agora! - Ele sorri.

Concentrada no meu tablet ao lado do prato só ergo as sobrancelhas juntamente com um "humm". Tive um leve pressentimento que ele ficou desapontado com o meu desinteresse e terminou seu prato ali mesmo, porém sem conversar.

As 22h00 eu estava saindo do hospital exausta, então caminhei vagarosamente até o estacionamento onde deixava minha moto. Apoio minha mochila em cima do banco dela e confiro para ver se não estou esquecendo de nada. Após a confirmação, subo na moto e dou a partida. Quando já ia arrancar para sair, o "Sr. Daniel" pula na frente e me faz apertar o freio de uma só vez, e a moto dá um pulo. Raivosa, tiro meu capacete esperando uma boa explicação para aquela atitude.

- Me desculpe! Mas se eu não fizesse isso você teria ido embora antes de me dar a chance de te convidar para jantar...

- É muita gentileza da sua parte e eu adoraria aceitar o convite, mas estou tão cansada hoje! - Tento ser gentil.

- Não se preocupe, não precisa ser hoje, depois marcamos, quem sabe... Você tem Facebook, WhatsApp...?

- Ahh... parece estranho, mas não, não tenho. - Sorrio tentando soar como uma coisa simples - Amanhã olhamos isso, okay?

Amor Assassino - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora