Capítulo 14

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- Você precisa voltar para o seu trabalho, eles vão descontar no seu salário se ficar aqui mais um pouco.

- Não se preocupe, os plantões durante a noite são bem mais tranquilos do que de dia quando os animais estão acordados.

- Tem razão. - Sorrio acompanhando Daniel até o carro dele. - Obrigada de novo.

- Está tudo bem. - Ele abre a porta, e dá uma última olhada para minha casa. - Tem certeza que está segura com ele?

- Sim, eu sei me cuidar. E ele também não vai estar em condições para fazer algo por uns bons dias.

- Certo, tudo bem então. - Ele entra no carro. - Me ligue se precisar de algo.

- Ligo sim, até depois.

- Até, Lya.

Vejo o carro de Daniel sumir ao virar a esquina, e entro para minha casa de novo. Desabo em cima do meu sofá e apago de cansaço.

•••

Desperto ouvindo tosses, abro meus olhos sonolenta e tiro meu celular do bolso, marcavam 09h40 da manhã, mas ainda sinto que não dormi o suficiente. A tosse persistia no andar de cima e me faz levantar mesmo não querendo. Vou até a cozinha me arrastando e pego um copo de água, um copo de suco na geladeira e faço uma salada de frutas. Subo com a bandeja e ponho em cima de uma mesinha que ficava ao lado da minha cama.

- Toma, vai se sentir melhor. - Bocejo enquanto entrego o copo de água ao Pescador que me encarava sem piscar, mas ele não pega o copo. - O que foi? - Olho para ele sem entender, ele pareceu me olhar desconfiado. - Não está achando que quero te envenenar, né?! - Ele continua a me observar, só que eu já tinha entendido. - Eu salvei sua vida! - Falo abrindo os braços, e ele mesmo assim não pegou o copo. Reviro os olhos e levo a água até a boca. - Inacreditável...

Depois de provar o suco e a salada, e mostra-lo que não tinha nada lá, ele finalmente decide comer quieto sem falar uma se quer palavra. Eu caminho até o armário e pego um par de roupas. Não tive tempo de tomar banho depois de todo o ocorrido antes de dormir, estava cansada demais para isso. Mas agora, minha banheira me aguardava.

- Vou tomar um banho, tenta não morrer enquanto eu estiver no banheiro.

Suspiro ao sentir a água quente engolir meu corpo dentro da banheira. Eu realmente estava precisando desse banho. Fecho os olhos e um sorriso se forma em meus lábios. Agora estou quite com o Pescador, ele salvou minha vida, e eu salvei a dele, espero que me deixe em paz depois disso. Mas porque ele me salvaria? Meus olhos se abrem e encaro a parede branca em minha frente. Já é a segunda vez que ele faz isso, só que não entendo o maldito motivo. Não pode ser por acaso.

Após o banho, saio vestida do banheiro, e ao olhar a bandeja em cima do colchão ela estava completamente limpa. Pelo menos ele está comendo, é um bom sinal. Olho para seu rosto e ele estava me encarando ainda sem dizer nada, eu me aproximo e pego as toalhas ensanguentadas que estavam espalhadas pelo chão sem olha-lo.

- Se acha que vi seu rosto, pode esquecer. Sua touca permaneceu onde está a todo momento.

- Como vou saber que está falando a verdade?

- Ah, decidiu falar?! Achei que o tiro no pulmão tinha te deixado mudo. - Brinco e ele me olha sério. - Respondendo a sua pergunta, vai ter que confiar em mim, não acho que vai ser um problema já que preferiu que eu te ajudasse ao invés de ir para um hospital.

Ele permaneceu em silencio enquanto eu terminava de organizar toda a sujeira de sangue do quarto. Quando termino levo a bandeja para a cozinha e as toalhas sujas para a parte de baixo da casa. Queimo as toalhas em minha lareira, pois não queria provas de que ele esteve na minha casa, e acho que ele também iria querer o mesmo. Subo de volta para o quarto e entro no banheiro preparando um banho para o Pescador. Eu me encosto na porta do banheiro e o olho.

Amor Assassino - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora