Capítulo 50

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"... através de uma moça cega, que morava na mesma pensão pobre, para onde Beethoven havia se mudado e lhe fala quase gritando: "Eu daria tudo para enxergar uma Noite de Luar". Ao ouvi-la, Beethoven se emociona até as lágrimas. Afinal, ele podia ver! Ele podia escrever sua arte nas pautas... 

A vontade de viver volta-lhe renovada e ele compõe uma das músicas mais belas da humanidade: "Sonata ao Luar". No seu tema, a melodia imita os passos vagarosos de algumas pessoas, possivelmente, os dele e os dos outros, que levavam o caixão mortuário do príncipe, seu protector..."  - Origem da MoonLight Sonata do Beethoven 


Continuação...

2005

OPescador

- "Ben". "B", "e", "n". B-e-n.

- Be...be.

- Isso, tá quase. "Ben"!

- Ben...

- Isso! Muito bem, Amber. - Eu brincava com a filha de Susan em meu colo enquanto ela estava ocupada cuidando do almoço.

- Você ainda é jovem, Bernard, só está com vinte e cinco anos. Precisa ter uma namorada. - Susan fala comigo.

- Não sei se seria uma boa ideia.

- Porque não? Tem medo do seu pai, não é?

- Não tenho medo dele, eu só o respeito.

- Sei, te conheço a três anos, não precisa mentir para mim.

- Eu já tenho vocês, não preciso de uma namorada de verdade.

- Se soubesse como é sentir amor, não falaria isso.

- Acho que já não sou mais capaz de sentir algo assim...

- Bobagem, claro que é. Posso ver em seus olhos.

- E o que mais vê neles? - Sorrio para Susan.

Ela era sem dúvidas um doce de mulher, comigo e com a filha.

- Vejo que você está morrendo de fome.

- Tem toda razão. - Eu sorrio. - E a Amber também está. Não está, Amber?

- Ben! - Ela fala.

Nós parecíamos mesmo uma família, qualquer um que nos visse sentiria inveja. Eu continuava a trabalhar com o que Ryan havia me pedido. Me tornei o líder, e como líder, teria que ser muito mais cuidadoso do que qualquer um que trabalhava para mim. Então tive que criar um apelido, algo que todos deveriam me chamar para que meu nome verdadeiro nunca fosse descoberto.

Depois de um bom tempo pensando, eu me apelidei por "OPescador" e chamei meu grupo de "SEA (ou S34)", pois nós apenas fazíamos entregas em alto mar. Sendo assim, as chances de sermos pegos ou interrompidos durante nossas negociações eram quase nulas.

As coisas vêm dando muito certo durante esses três anos que se passaram. E ter Susan e Amber comigo, me trouxeram uma certa paz interior, um controle mental que eu não tinha antes, principalmente depois de um ano sendo torturado. Viver com elas era tranquilo demais, e eu não sabia que precisava dessa tranquilidade até finalmente tê-la.

Durante as noites eu ainda acordava suado e ofegante, pois sonhava com as vozes do meu torturador, que me perguntava as mesmas coisas de sempre, o que eu era e a quem eu era leal, me fazendo lembrar de tudo novamente. Via o rosto de Ryan em meus pesadelos também, o que dificultava ainda mais meu sono.

Amor Assassino - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora