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Felicidade. Um conceito que ele sabia que existia, mas nunca realmente pensou que encontraria. Sempre pensou que teria que se contentar com a sensação razoável de alegria que ele passou a sentir depois que encontrou seus irmãos, depois que conheceu Morrigan, Feyre, Nesta e Elain. Ele não negaria que sempre procurou a felicidade, principalmente depois que Rhysand e Cassian acharam a sua. Por algumas vezes no início de seu relacionamento com Elain ele se perguntou se era daquele jeito que todos se sentiam, mas não poderia ser porque parecia um quebra cabeça montado errado.
Elain não olhava para ele como Feyre fazia com Rhysand ou Nesta com Cassian, ele tinha certeza que não olhava para ela desse mesmo jeito. Mas ele podia passar a vida daquele jeito, sabia que sim, ele não acreditava que havia algo mais esperando por ele. E muito menos esperava reencontrar aquela mesma garota da faculdade, que estava sempre quita, olhando para baixo ou lendo um livro. Não, ele nunca pensou que teria a oportunidade de tocar nas ondas ruivas que pareciam macias de longe. Eles fizeram um período de música juntos, período do qual ele teve que sair antes de finalizar, ele se perguntava se ela algum dia havia reparado nele, como ele havia reparado nela, não que agora importasse porque ela estava deitada em seus braços em sua cama, depois que ele a tocou.
Nesse instante ele acha que é capaz de entender porque todos estavam felizes grande parte do tempo, se era isso que eles sentiam era quase impossível não sorrir e querer gritar e se sentir eufórico. Ele sabia que se sentia feliz já havia alguns bons dias, mas desde que eles se beijaram tudo ficou ampliado e mais real. Como ele pode pensar que podia se conter apenas com a amizade dela? Ele realmente não ligava de passar a vida sem saber como os lábios dela eram macios e se encaixavam perfeitamente em sua boca? Ele iria se contentar com pequenos toques e abraços quando podia ter ela se contorcendo sobre ele? Ele poderia partir dessa vida sem saber os sons que ela fazia quando ele se deslizou para dentro dela? Agora ele sabia que não, agora que ele havia tomado consciência de todas essas coisas não poderia passar nem mais um dia sem ela.
E nem só isso, era o jeito como ela fazia as coisas, como lidava com as pessoas, como se importava com os sentimentos dos outros, como ela lhe deu a chance de se explicar, era como ela falava apaixonadamente sobre tudo. Ela era tão forte, tão brilhante, tão linda, tão determinada que talvez ele não a merecesse, mas ele daria seu melhor, faria tudo em seu alcance, céus, ela o fazia querer ser melhor, o fazia querer enfrentar tudo, tudo que o assombrava, nesse exato minuto, com ela respirando sobre seu peito, ele sentia que podia fazer qualquer coisa. E faria. Seria uma pessoa completa e a transbordaria. Faria ela se sentir apoiada e amada.
Porque de repente ele só precisava ser ele mesmo, não tinha que tomar cuidado sobre o quanto de si mostrava, não precisa programar as conversas na sua cabeça. Não, ele só precisava olhar aqueles olhos azuis com nuances em verde que tudo ficava fácil, ele poderia falar sobre tudo, poderia brincar e até flertar. Por que ele não falou com ela naquela faculdade? Como passou todos esses anos sem procura-la? Ele sabia que teve a sorte de encontra-la uma segunda vez e dessa vez ele agarraria com unhas e dentes.
